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Alexandre Versignassi

Por Alexandre Versignassi Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Blog do diretor de redação da SUPER e autor do livro "Crash - Uma Breve História da Economia", finalista do Prêmio Jabuti.

House of Cards Brasil. Episódio de hoje: O Presente de Grego

Previously, in House of Cards Brasil: na bica de buscar a aprovação do Congresso para a volta da CPMF, o governo anuncia que vai cortar 10 ministérios, mas não diz quais. É um sinal para o PMDB: ou aprova essa trolha de imposto ou vai perder sua boiada aqui dentro. Cunha nem discute. “Não vai […]

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Atualizado em 4 set 2024, 08h58 - Publicado em 1 set 2015, 13h01

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Previously, in House of Cards Brasil: na bica de buscar a aprovação do Congresso para a volta da CPMF, o governo anuncia que vai cortar 10 ministérios, mas não diz quais. É um sinal para o PMDB: ou aprova essa trolha de imposto ou vai perder sua boiada aqui dentro. Cunha nem discute. “Não vai passar. Pronto”.

Começa o episódio novo.

São três da manhã no Palácio da Alvorada. Dilma toma o terceiro Frontal, e nada de sono. Lembrar que amanhã tem evento com discurso só piora as coisas. O psiquiatra já avisou que ela pode ter uma crise de pânico da próxima vez que as palavras começarem a sair tortas. “Mas vou fazer o quê? Pedir licença médica, porra??”

Seis e meia toca o telefone. É Levy, que também passou a noite em claro, só que montando uma versão nova do Orçamento para 2016: “Sem corte e sem imposto novo vai dar déficit, Presidente. Quer mandar pro Congresso assim mesmo?”

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É uma pergunta retórica. Levy está escolado com o Congresso. Imagina que, se mandar um orçamento bomba, com previsão de déficit, a Câmara não vai ter coragem de aprovar, já que o ônus da impopularidade cairia no colo do PMDB. Seria, então, o melhor caminho para forçar a aprovação da CPMF. Dilma dá o ok. Lógico. Naquele estado, se Levy propusesse bombardear a câmara, ela daria o ok também.

Mas faltou combinar com o resto do mundo, que está pouco se lixando para a parte política da coisa. Na vida real, aconteceu algo simples, direto: o governo apresentou um orçamento sem corte de gastos nem previsão de aumento da receita. A chance de o Brasil virar uma Grécia se tornou real: é o Poder Executivo jogando a toalha, assumindo que desistiu da economia. E agora o futuro vislumbrável do país está nas mãos de um Congresso que, dada a idoneidade de suas lideranças, poderia mudar de nome para PCC – Primeiro Comando da Capital (Federal).

Sobem os créditos. E quem está assistindo meio com sono já não sabe mais se estava vendo House of Cards Brasil ou aquela outra série: Narcos.

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