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Alexandre Versignassi

Por Alexandre Versignassi Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Blog do diretor de redação da SUPER e autor do livro "Crash - Uma Breve História da Economia", finalista do Prêmio Jabuti.
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Não adianta só pintar a casa. Ela vai continuar caindo

O Brasil tinha 3.992 municípios em 1985. No ano 2000, já eram 5.507. Um aumento de 40% em 15 anos. A criação desesperada de cidades foi uma espécie de mensalão: cada município novo vira um receptáculo de dinheiro federal. Dinheiro que podia ser desviado para o bolso do parlamentar envolvido com a cidade lá na […]

Por Alexandre Versignassi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 21 dez 2016, 09h49 - Publicado em 1 abr 2016, 20h09

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O Brasil tinha 3.992 municípios em 1985. No ano 2000, já eram 5.507. Um aumento de 40% em 15 anos. A criação desesperada de cidades foi uma espécie de mensalão: cada município novo vira um receptáculo de dinheiro federal. Dinheiro que podia ser desviado para o bolso do parlamentar envolvido com a cidade lá na esfera municipal, sem fazer barulho. Em troca, o deputado votava a favor do governo. No caso, de todos os governos entre Sarney e FHC. Esse business model acabou substituído mais para a frente pelo mensalão propriamente dito, do governo Lula, com subornos pagos “direto na fonte”.

A conta dessa orgia administrativa podia ter aparecido já nos anos 2000. Não veio por causa do boom das commodities, que bombou a arrecadação. Agora, com soja, minério de ferro e petróleo em baixa histórica, veio a dolorosa.

Não que número de municípios em si seja um problema. A Alemanha tem 11 mil. A diferença é que, lá, eles existem 407 distritos administrativos para controlar a grana que vai para as cidades. Aqui não. Cada uma tem todo o maquinário administrativo instalado – estrutura que acaba servindo ao mesmo tempo como cabide de emprego e como aquela varinha de condão que transforma dinheiro de merenda em Hilux de vereador e L200 de assessor de porra nenhuma.

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O governo vigente teve tempo para reformar isso. Mas preferiu não mexer em time que estava ganhando, e usou o dinheiro da bonança para a Odebrecht fazer porto em Cuba e metrô na Venezuela, transformar o BNDES em sócio da Friboi, comprar refinaria na Califórnia. Deu no que deu.

E nada indica que um próximo governo vá fazer algo para fechar o vazamento de grana nos municípios. Pelo contrário: sinaliza-se um aumento de pressão nesse dinheiroduto, até porque ele pode ser útil na compra de votos para o impeachment.

Tudo indica, então, que vamos continuar na mesma. Porque quando o problema é estrutural, não adianta pintar a casa. Ela vai continuar caindo.

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