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Alexandre Versignassi

Por Alexandre Versignassi Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Blog do diretor de redação da SUPER e autor do livro "Crash - Uma Breve História da Economia", finalista do Prêmio Jabuti.

Se economia fosse esporte olímpico, o Brasil passaria o maior vexame da história dos Jogos

  Eric Moussambani é aquele cara que nadou cachorrinho nas Olimpíadas de Sidney, em 2000. Ele só participou dos Jogos porque seu país, a Guiné Equatorial, tinha ganhado um convite para mandar um nadador. Escolhido, Eric treinou alguns meses na piscininha de um hotel. A primeira vez em que ele viu uma piscina olímpica, de […]

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Atualizado em 21 dez 2016, 08h51 - Publicado em 8 jul 2016, 21h52

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Eric Moussambani é aquele cara que nadou cachorrinho nas Olimpíadas de Sidney, em 2000. Ele só participou dos Jogos porque seu país, a Guiné Equatorial, tinha ganhado um convite para mandar um nadador. Escolhido, Eric treinou alguns meses na piscininha de um hotel. A primeira vez em que ele viu uma piscina olímpica, de 50 metros, foi nos próprios jogos. Na primeira prova, Eric sucumbiu diante daquele latifúndio aquático. Perdeu o fôlego e completou a prova dos 100 metros nadando cachorrinho – o equivalente a se arrastar pela água. Eric entrou para a história, ainda que pela porta dos fundos.

E é basicamente isso que o Brasil está fazendo  em outra modalidade. Viramos o Eric Mussambani da economia.

Dos 181 países que a agência de notícias Trading Economics monitora, o nosso está em 174o lugar no ranking de crescimento econômico.  Desses 181 países, só 26 estão em recessão. E entre os 26 cujos PIBs encolhem, o Brasil consegue ser o 19o pior colocado. Estamos nadando cachorrinho.

A variação anual do nosso PIB está em -5,4%, o que nos deixa encaixotados entre o Sudão do Sul (-5,3) e Líbia (-6%), dois países em guerra civil. Serra Leoa, Yemen, Omã, Venezuela e a Guiné Equatorial de Eric Musssambini completam essa rabeira da economia mundial.

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Conforme o PIB cai, o governo recebe menos impostos, já que sem crescimento, o que aumenta é o desemprego e a falta de confiança no futuro. Sem emprego nem confiança a gente consome menos – e a receita do governo cai.

Sem levantar tantos fundos via impostos, o governo faz cada vez mais dívida para tocar o dia a dia. Essa dívida encerrou o ano passado em R$ 2,763 trilhões, com alta de 21,7% em relação a 2014. O  maior nível da história. No clube dos 10 maiores países do mundo, do qual o Brasil ainda faz parte, o crescimento médio das dívidas foi menor do que 5%. Em boa parte dos casos, de 0%. Ou menos – a da Zona do Euro, por exemplo, diminuiu.

Nessa turma, a de quem faz mais dívidas, estamos na companhia nada ilustre de Moçambique, Senegal e Tadjiquistão.

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E vale lembrar: enquanto os países que costumam integrar os últimos vagões da economia mundial precisam de convites para participar de Olimpíadas, nós estamos organizando uma. Logo, esse não deveria ser o nosso clube. Mas, se continuarmos nos afogando nesse mar de dívida e recessão, vamos ter de nos acostumar com ele.

 

 

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