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Alexandre Versignassi

Por Alexandre Versignassi Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Blog do diretor de redação da SUPER e autor do livro "Crash - Uma Breve História da Economia", finalista do Prêmio Jabuti.
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Tchau, querido

Dilma cometeu um crime de responsabilidade. Isso aliado àquele fantasma chamado “vontade política” lhe custou o mandato. Temer cometeu um crime de responsabilidade. E provavelmente vai perder o mandato também. Deve perder porque “vontade política” não será o problema, de novo. Seu governo consegue ser ainda mais desastrado que o da antecessora. É um mandato […]

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Atualizado em 21 dez 2016, 08h49 - Publicado em 25 nov 2016, 16h06
michel-temer
Foto: José Cruz/Agência Brasil

Dilma cometeu um crime de responsabilidade. Isso aliado àquele fantasma chamado “vontade política” lhe custou o mandato. Temer cometeu um crime de responsabilidade. E provavelmente vai perder o mandato também.

Deve perder porque “vontade política” não será o problema, de novo. Seu governo consegue ser ainda mais desastrado que o da antecessora. É um mandato frouxo, inconstante, feito de idas e vindas, ditos e desditos. Primeiro, Temer patrocinou a PEC 241, a do congelamento dos gastos públicos por 10 anos. Ótimo, a meu ver. Mas depois disse que não, que se o país voltar a crescer logo “é só fazer outra PEC” para revogar a de agora. E isso minou a confiança do mercado.

Adendo: “mercado” não é uma palavra-fantasma. O “mercado” sou eu. E provavelmente é você também. Porque “mercado”, neste contexto, significa “credores do governo”. E todo mundo que tem dinheiro aplicado em fundo de renda fixa, DI, ou qualquer outra coisa que envolva títulos públicos está emprestando para o governo. E eu só vou emprestar para um governo se confiar na capacidade de ele pagar suas contas. Se não, vou exigir juros bem altos. E se não me derem juros bem altos, compro tudo em dólar e o governo que se exploda. Desnecessário dizer que não sou só eu que penso assim. É todo mundo – e é por isso que, sob governos fracos, o dólar tende a subir e os juros, a não cair.

E o governo Temer não é exatamente fraco. É raquítico. Logo depois de manchar a PEC, por exemplo, Temer conseguiu enlamear outra necessidade urgente: a reforma da previdência. Nosso presidente decorativo garantiu que os militares continuarão com seus privilégiosde século 19, como pensão vitalícia pra as “filhas solteiras” dos oficiais. “Eba”, devem ter pensado as senhoras da Urca que já se casaram, já tiveram filhos, netos e, mesmo assim, jamais foram ao cartório mudar o estado civil, para não perder a boquinha – bocarra, na verdade, que garante pensões de até R$ 40 mil por mês e consome R$ 4,3 bilhões por ano. É quase o mesmo tanto que o Ministério das Cidades deve gastar neste ano com o Minha Casa Minha Vida.

Outra amostra da anemia deste governo é a queda crônica de ministros. Com Geddel, agora já são seis os que perderam suas pastas. E desta vez por conta de uma mesquinharia imobiliária – mostrando que, mesmo com o país ruindo, o governo Temer gastava seu tempo com pequenezas torpes, como mover palhas para que a família de um ministro consiga realizar o sonho do apartamento próprio com vista para o Farol da Barra, a despeito de a construção do prédio ter sido embargada pelo instituto federal que cuida da preservação do patrimônio histórico (posto que o tal prédio enfeiaria o skyline soteropolitano).

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Gosto arquitetônico à parte, o fato é que Temer mandou o Ministro da Cultura retirar o embargo para afagar o Ministro da Secretaria de Governo (justamente o cara que deveria cuidar da articulação política…). E a gravação comprovando tal baixeza deve minar a continuidade de seu governo.

É essa gravação que trará “vontade política” para o que os 300 picaretas de sempre votem “sim”  de novo, em nome de seus filhos, de seus estados, da paz em Jerusalém e, principalmente, em nome do fato de que quem seguir no barco com Temer vai afundar junto com ele na vida pública.

 

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