“A Ascensão do Ronin” é ok. Mas seu real mérito está fora dele
Lançamento para PlayStation 5 tem samurais, mundo aberto e uma história interessante. Mas gráficos são medianos - e trazem a lembrança, inevitável, de outro game bem superior; jogos do PS5 serão fabricados em mídia física no Brasil
Lançamento para PlayStation 5 tem samurais, mundo aberto e uma história interessante. Mas gráficos são medianos – e trazem a lembrança, inevitável, de outro game bem superior; Sony anuncia fabricação no Brasil de jogos do PS5 em mídia física
“Ronin”, em japonês, é um samurai solitário, que não segue a um mestre – o que é visto como uma espécie de castigo. Mas neste game, desenvolvido pelo estúdio Koei Tecmo (mesmo autor das franquias Ninja Gaiden e Nioh), o protagonista não está sozinho: luta ao lado de um companheira, da qual é separado, e então tenta reencontrá-la.
Nessa jornada, você atravessa várias cidades históricas, como Yokohama e Kyoto, durante o período Edo, xogunato que durou de 1603 a 1868. O enredo é fictício, mas interessante – mistura samurais a ocidentais com armas de fogo.
O game é de mundo aberto e tem foco no combate, com boa variedade de armas e um sistema de controle ao mesmo tempo acessível e detalhado: qualquer pessoa consegue pegar e sair jogando, mas é importante aprender as sequências de comandos para derrotar os inimigos. Como costuma acontecer em games de samurai, as lutas são razoavelmente difíceis.
Ronin tem um mundo vasto e com bastante de conteúdo. Os gráficos, infelizmente, não chegam a encantar: embora aceitáveis, as animações e os cenários claramente estão um ou dois degraus abaixo dos melhores games triple A (de alto orçamento). Um game de PlayStation 5, e que está sendo lançado a preço cheio merecia mais
Ele traz a lembrança do belíssimo Ghost of Tsushima, uma superprodução lançada em 2020 para PlayStation 4 e 5. Tsushima se passa num período histórico diferente, mas também é protagonizado por um samurai, também é de mundo aberto – e, ao contrário de Ronin, é visualmente incrível.
Além de se encantar com as cores dos cenários, você também pode ativar um modo preto-e-branco e colocar os diálogos em japonês (com legendas em português), o que dá ao game uma impressionante semelhança com Os Sete Samurais, o clássico de 1954 dirigido por Akira Kurosawa. Ghost of Tsushima, definitivamente, merece ser jogado.
Ronin também tem seus méritos, mas menos – num primeiro momento, ele interessa mais a quem gosta do tema e/ou já esgotou Tsushima.
A Ascensão do Ronin está sendo lançado em mídia digital, por R$ 349, e também em mídia física – em promoção na Kabum, por R$ 325. Falando nisso, um comentário: na semana passada, a Sony assinou um contrato com a empresa Solutions 2 Go para produzir, na Zona Franca de Manaus, mídias Blu-ray com os jogos do PlayStation 5, que serão vendidos no Brasil e exportados para todos os países da América Latina.
É uma boa notícia para o mercado e para os jogadores: os games em mídia física costumam ser a melhor opção de compra (já que, ao terminá-los ou após enjoar deles, você pode revendê-los no MercadoLivre e recuperar parte do que pagou – ou, se aceitar esperar alguns meses após o lançamento de um game, comprá-lo usado e fazer uma boa economia).