Apple anuncia iPhone 7 à prova d’água e com duas lentes, fones AirPods sem fios, nova geração do Apple Watch – e jogo do Super Mario para iOS
Acaba de terminar a apresentação da Apple nos EUA. O evento começou diferente, mais informal do que de hábito, com um vídeo de Tim Cook indo de carro -cantando- para a apresentação. Logo em seguida, outra surpresa: Shigeru Miyamoto, o mítico criador da série de games Mario, subiu ao palco para anunciar um novo jogo: […]
Acaba de terminar a apresentação da Apple nos EUA. O evento começou diferente, mais informal do que de hábito, com um vídeo de Tim Cook indo de carro -cantando- para a apresentação. Logo em seguida, outra surpresa: Shigeru Miyamoto, o mítico criador da série de games Mario, subiu ao palco para anunciar um novo jogo: Super Mario Run, para iOS.
Trata-se de um endless runner, ou seja, Mario corre automaticamente e você toca na tela para que ele pule. Bem simples. Mas parece divertido, e deve bater recordes de downloads na App Store – tudo vai depender do seu preço, que não foi anunciado (a Nintendo adiantou que o game, que chega para o Natal, não será grátis). Depois de emplacar Pokemon Go, a empresa finalmente vai abraçando o mundo mobile.
Depois veio a nova versão do Apple Watch. A Apple diz que já é a segunda maior marca de relógios do mundo em faturamento, só atrás da Rolex. Mas é fato que o Watch, que foi lançado em abril de 2015, não se tornou um blockbuster como o iPod, o iPhone ou mesmo o iPad foram (prova disso é que a Apple não divulga a quantidade de relógios vendidos). Para tentar mudar isso, apostou em duas coisas. Primeira: uma versão de pulso do game Pokemon Go. O relógio mostra quando há monstros ou Pokestops por perto, e indica qual distância você precisa andar para chocar um ovo. O app vai rodar em todas as versões do Apple Watch – inclusive a nova, que foi anunciada hoje. O Apple Watch Series 2 mantém o design do anterior, mas agora pode ser usado para nadar e mergulhar (resiste a 50m de profundidade), ganhou novas pulseiras e cores e novo processador, o S2, um dual core que promete 50% mais performance. Nada disso vai transformar o Watch em febre de uma hora para outra, mas a Apple atirou nos alvos certos: a relativa lentidão e a falta de apps relevantes são, hoje, as grandes críticas feitas ao relógio. O novo Watch também tem GPS embutido, ou seja, dá para sair para correr sem precisar levar o iPhone junto. Vai custar US$ 369. O Watch da geração anterior continua no mercado. Ele foi rebatizado de Apple Watch Series 1, ganhou o novo processador, e ficou um pouco mais barato: US$ 269.
Como esperado, a Apple apresentou o iPhone 7. Ele é feito de alumínio, com acabamento em preto brilhante ou fosco, e sem as linhas de antena que marcavam o design do iPhone 6. É uma evolução, não uma revolução. Mas é diferente – e parece bonito. Suas grandes novidades são o iOS 10 (cujos recursos comentamos em junho), resistência à água (padrão IP67, ou seja, o aparelho pode ficar meia hora submerso a até 1m), e a câmera redesenhada, com nova lente (abertura f/1.8, que deixa passar mais luz), estabilizador óptico, novo flash, novo sensor (12 megapixels) e novo processador de imagem. É uma resposta forte aos avanços do mundo Android, cujos smartphones já têm conseguido igualar, e em certos casos até superar, a câmera do iPhone.
Mas, no aspecto fotografia, o destaque ficou com o iPhone 7 Plus e sua câmera dupla, com duas lentes. As lentes ficam uma ao lado da outra e têm distâncias focais diferentes, permitindo que o novo iPhone tenha zoom óptico de 2x. Você tira fotos normalmente, sem se preocupar com isso – e o iPhone seleciona a lente mais adequada conforme o grau de zoom que você tiver dado (acima de 2x ele entra no modo zoom digital, ou seja, começa a cropar e ampliar a imagem).
Zoom óptico de 2x ajuda, mas não é nada do outro mundo. O mais interessante é o recurso Background Blur, que usa as duas câmeras para destacar o elemento principal da foto e desfocar o fundo. Você tira a foto, ele analisa a cena, faz tudo sozinho. O resultado fica bem bonito, como se a imagem tivesse sido capturada com uma câmera profissional. Só vai funcionar no iPhone 7 Plus.
Os novos iPhones não têm a tradicional saída analógica, de 3,5 mm, para fones de ouvido. Agora os fones deverão ser plugados pelo conector Lightining, o mesmo usado para recarregar a bateria. Os novos iPhones vêm com fones de ouvido digitais, mas também vão aceitar fones comuns, analógicos, por meio de um pequeno adaptador (que virá na caixa). A Apple também mostrou novos fones fones sem fio, os AirPods. São como os fones tradicionais Apple, ou seja, duas pecinhas de plástico que você encaixa nos ouvidos – só que não têm fios. Os AirPods (US$ 159) vêm com uma caixinha que serve para guardá-los e também funciona como carregador portátil, recarregando as baterias dos fones (que duram 5 horas). Lembram bastante os fones GearX, da Samsung.
Ambos os iPhones vêm com um novo processador quad-core, o A10 Fusion, que promete 40% mais performance em relação ao atual A9. Parece bem rápido (a Apple demonstrou um iPhone editando arquivos de imagem RAW, bem pesados). Supostamente, sem comprometer a duração da bateria – que, segundo a Apple, dura 1h a 2h a mais que no iPhone 6. Os preços são os mesmos dos modelos atuais, ou seja, US$ 649 pelo iPhone 7 (na versão com 32 GB de espaço; a de exíguos 16 GB está sendo, felizmente, descontinuada). O iPhone 7 Plus vai custar US$ 769. Ambos estarão disponíveis nos EUA a partir do dia 16. No Brasil, vai demorar um pouco mais (o país não consta da primeira rodada de lançamento).
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De modo geral, a nova geração de iPhones é um meio-termo razoável. Não é um incremento tão modesto quanto os aparelhos 6S e 6S Plus (que, como todo modelo “S”, são meros spec-bumps, ou seja, só trazem melhorias de hardware, sem mudanças de design). Também não é um redesenho bombástico – esperado para 2017, quando o iPhone completará 10 anos. Mas traz novidades bem relevantes. A câmera dupla deve ajudar a Apple a manter sua supremacia em fotos, e os AirPods chamam a atenção, tendem a vender bem – podem se tornar uma visão relativamente comum nas ruas, pelo menos as dos EUA, a médio prazo.