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Bruno Garattoni

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Vencedor de 15 prêmios de Jornalismo. Editor da Super.

Em resposta a ataques, França prepara megaesquema de monitoramento da internet

O conjunto de ações, que foi aprovado pelo Parlamento em maio, em resposta ao ataque ao jornal Charlie Hebdo, e já vinha sendo colocado em prática, deverá ser acelerado após os ataques terroristas de sexta-feira. As novas regras permitem que o governo francês monitore, sem mandado judicial, o tráfego de celular e internet de indivíduos […]

Por Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 4 set 2024, 08h52 - Publicado em 16 nov 2015, 11h20

O conjunto de ações, que foi aprovado pelo Parlamento em maio, em resposta ao ataque ao jornal Charlie Hebdo, e já vinha sendo colocado em prática, deverá ser acelerado após os ataques terroristas de sexta-feira. As novas regras permitem que o governo francês monitore, sem mandado judicial, o tráfego de celular e internet de indivíduos suspeitos de terrorismo. Mas não param aí.

Nos casos em que julgarem necessário, as autoridades poderão instalar IMSI catchers – dispositivos sem fio que grampeiam todas comunicações de celular numa determinada área. Além disso, os provedores de acesso à internet serão obrigados a instalar dispositivos de monitoramento para capturar todo o tráfego de seus usuários (inclusive aqueles que não forem suspeitos de terrorismo), e fornecer esses dados à polícia – que irá utilizá-los para fazer investigações. É um procedimento similar ao adotado pela NSA, a superagência de espionagem americana, no programa PRISM.

Os mecanismos de monitoramento podem afetar mesmo quem se conecta à internet de outros países. O Brasil, por exemplo, se liga à rede por meio dos EUA – logo, seus dados estão sujeitos aos mecanismos de captura lá existentes. O sistema francês não terá um impacto tão direto, pois uma parcela muito menor do tráfego brasileiro passa pela França. Mas ele sinaliza um futuro em que todos os países ocidentais vigiam as respectivas redes (neste final de semana, o primeiro-ministro inglês, David Cameron, admitiu a intenção de monitorar a internet na Inglaterra). A tendência é que, cada vez mais, a rede comece a ter fronteiras, com cada país impondo as próprias regras – e capturando todos os dados que passarem pelo seu território.

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