Facebook quer usar fotos da sua família para alimentar algoritmo
Objetivo é identificar parentes - e usar essa informação para direcionar anúncios
O Facebook se tornou a potência que é, com faturamento anual de aproximadamente US$ 50 bilhões, porque tem uma base de usuários gigantesca e permite que os anunciantes se dirijam a ela de forma altamente seletiva, delimitando com precisão o público que desejam atingir. Isso só é possível porque ele tem uma quantidade enorme de informações sobre as pessoas, e um algoritmo capaz de analisar e cruzar essas informações de diversas formas. Agora, o Facebook pretende mirar um alvo novo: a sua família.
Ele já permite, desde o ano passado, que os anunciantes criem anúncios específicos para famílias (o Facebook analisa sobrenomes e locais onde as pessoas estiveram para determinar se elas são parentes). Mas, para deixar essa pontaria mais precisa, pretende fazer algo controverso: analisar fotos coletivas, reconhecer os rostos e as identidades das pessoas, e a partir daí determinar se elas são parentes e/ou moram juntas. O processo é descrito na patente 15/592108, que o Facebook acaba de registrar nos EUA e foi descoberta pelo site The Verge.
Além dos rostos e das identidades das pessoas, o sistema também utiliza tags e legendas das fotos, e os endereços IP das pessoas retratadas nelas. Trata-se apenas de uma patente, ou seja, não há certeza de que o Facebook vá de fato implantar a tecnologia. Em junho de 2018, ele registrou uma patente que descrevia como ativar o microfone do celular para saber a qual programa de TV as pessoas estão assistindo – mas essa função, considerada altamente invasiva, acabou não sendo implementada.