Megafalha de segurança afeta todos os computadores do mundo
Problema atinge desktops, laptops e celulares produzidos nos últimos 20 anos - e permite roubar os seus dados e senhas; Veja o que fazer
Todo dia aparece uma falha de segurança nova. Tanto é assim que os sistemas operacionais modernos baixam updates de forma automática (e o Windows 10 força o computador a instalar as correções, sem que o usuário possa impedir). Faz parte da vida – e, por isso, a maioria das pessoas não dá muita bola. Mas uma brecha sem precedentes, de dimensões apocalípticas, promete mudar isso: ela afeta o coração do computador, a CPU, e atinge praticamente todas os desktops, laptops, celulares e servidores produzidos nos últimos 20 anos – que estão sujeitos, a partir de hoje, a terem seus dados roubados.
Quando surgiram as primeiras informações sobre a falha, acreditava-se que ela só afetasse processadores da Intel (que domina o mercado). Agora, está claro que os processadores da AMD e os chips com arquitetura ARM, usados nos smartphones, também estão em risco. Como o problema está na CPU, afeta todos os sistemas operacionais: Android, Windows, Linux, macOS, etc.
A brecha, que tem duas variações batizadas de Meltdown e Spectre, explora falhas no processamento paralelo das CPUs – e permite roubar informações contidas na máquina, incluindo senhas, ou assumir o controle do sistema. Microsoft, Apple, Google e mantenedores de distribuições Linux já estão providenciando updates para corrigir o problema, que serão enviados automaticamente pela internet, a partir de hoje. A recomendação é instalar todas as atualizações disponíveis.
Mas há um grande porém: com as correções, as CPUs poderão perder de 15% a 30% de seu poder de processamento. Vão ficar mais lentas. Isso poderá ser especialmente problemático nos smartphones, que já têm processadores modestos, e nos servidores que rodam os serviços online, cuja capacidade costuma ser bastante exigida. É preciso esperar para ver qual será o impacto real das atualizações. Mas, se os processadores de fato ficarem bem mais lentos, isso poderá induzir uma onda de upgrades – premiando, ironicamente, os mesmos fabricantes de chips responsáveis pelo defeito.