Novo Xbox é incógnita no quesito jogos – mas traz novidade que pode reinventar a TV
O console, que vai se chamar Xbox One, tem especificações parecidas com o PlayStation 4: processador de oito núcleos (8-core) fabricado pela AMD, 8 gigabytes de memória RAM, disco rígido de 500 gigabytes e leitor de Blu-ray. Ele virá de fábrica com uma versão aperfeiçoada do sensor Kinect – que, segundo a Microsoft, consegue até […]
O console, que vai se chamar Xbox One, tem especificações parecidas com o PlayStation 4: processador de oito núcleos (8-core) fabricado pela AMD, 8 gigabytes de memória RAM, disco rígido de 500 gigabytes e leitor de Blu-ray. Ele virá de fábrica com uma versão aperfeiçoada do sensor Kinect – que, segundo a Microsoft, consegue até detectar os batimentos cardíacos do jogador (informação que poderá ser usada nos games).
Quanto aos games em si, a Microsoft manteve certo mistério. Apresentou uma quantidade razoável de jogos, sete, com destaque para Fifa 14, UFC, Forza Motorsport 5 e Call of Duty: Ghosts. Mas tirando este último, do qual foram exibidos alguns segundos de gameplay (o jogo propriamente dito), todo o resto era composto de cutscenes: aqueles filminhos que passam entre uma fase e outra, e não representam o que o game realmente é. Ainda não é possível dizer se, no aspecto gráfico, os jogos do Xbox One estão no mesmo patamar do PS4. Por enquanto, isso é uma incógnita e um ponto de atenção (especialmente porque a memória RAM do Xbox é mais lenta). A resposta virá na feira E3, em junho.
A parte mais intrigante do Xbox One é a integração com a tv. Os decodificadores de tv a cabo poderão ser conectados ao console, que tem uma entrada HDMI. E isso pode literalmente reinventar a experiência de ver televisão. Em vez de navegar pelos canais usando um controle remoto antiquado e um guia de programação ruim, como é hoje, será possível fazer gestos e dar comandos de voz. Se você quiser assistir a Breaking Bad, por exemplo, bastará dizer esse nome e o Xbox mostrará todas as possibilidades: canais que estejam passando a série naquele momento ou os horários em que será exibida e serviços online (Xbox Video, Netflix, Hulu) onde é possível baixá-la ou assistir a ela por streaming. O sistema também poderia sugerir programas, mostrar o que os seus amigos estão vendo ou apontar o que está sendo mais assistido no Facebook naquele momento, por exemplo. Ou fazer qualquer outra coisa por meio de aplicativos que vierem a ser inventados.
Em suma: uma plataforma inteligente, cheia de recursos e capaz de evoluir. É exatamente o que o Google quis, e não conseguiu, fazer com o GoogleTV – e o que a Apple parece estar se preparando para tentar. Até hoje, ninguém conseguiu reinventar a televisão porque isso depende da cooperação das emissoras e operadoras, que costumam rechaçar qualquer proposta do tipo. Do ponto de vista técnico, a solução é banal. Bastaria habilitar o recurso HDMI-CEC, que a grande maioria dos decodificadores já possui. Mas, do ponto de vista político, a coisa é complicadíssima – pois as empresas de tv não querem dividir o poder que têm hoje.
Como o Xbox One certamente venderá milhões de unidades, a Microsoft terá um inédito poder de negociação com as operadoras -e real chance de convencê-las. Veremos.
ps: ainda não foi desta vez, infelizmente, que a tecnologia IllumiRoom chegou ao mercado.