O computador de 16 reais
Quando o primeiro Raspberry Pi foi apresentado, em 2012, o que mais chamou a atenção foi seu preço: US$ 35. Ele foi inventado pela Raspberry Pi Foundation, uma ONG criada pela Universidade de Cambrige com a missão de desenvolver um computador hiperbarato, para uso em escolas. Deu tão certo que virou um negócio mundial: de […]
Quando o primeiro Raspberry Pi foi apresentado, em 2012, o que mais chamou a atenção foi seu preço: US$ 35. Ele foi inventado pela Raspberry Pi Foundation, uma ONG criada pela Universidade de Cambrige com a missão de desenvolver um computador hiperbarato, para uso em escolas. Deu tão certo que virou um negócio mundial: de lá para cá, mais de 10 milhões de unidades do bichinho foram vendidas.
Mas seus criadores quiseram dar um passo além, e criaram um computador ainda mais barato. Muito mais. O Raspberry Pi Zero tem o tamanho de um cartão de crédito e custa a bagatela de US$ 5, ou aproximadamente R$ 16. É o preço de um prato de comida nos PFs da vida. Apesar disso, ele é bem interessante: tem CPU de 1 GHz (40% mais rápida que a do Raspberry Pi original), 512 megas de RAM, saída HDMI para ligar um monitor e duas conexões USB – uma delas serve para a alimentação de energia do computadorzinho (ele não vem com carregador, mas você pode usar o do seu celular) e a outra é para conectar um hub USB, no qual você pluga teclado, mouse, adaptador Wi-Fi e, se quiser, até um disco rígido externo.
Ele roda o sistema operacional Raspbian, uma versão do Linux que já vem com navegador, programas de escritório (pacote Libre Office) e até uma versão simplificada do jogo Minecraft. Mas o mais interessante são os projetos envolvendo o Raspberry Pi: tem gente usando o bichinho para fazer um media player, transformando-o em cérebro de forno micro-ondas, console de games clássicos, ou até espelho com acesso à internet. Um dos projetos mais interessantes veio da USP, cujos cientistas usaram o Raspberry Pi como “hidrofone”- dispositivo que grava os sons emitidos pelas baleias.
O Zero é tão barato que chegou a ser encartado nos exemplares da MagPi, uma revista inglesa dedicada ao Raspberry Pi. O preço é especialmente impressionante porque, ao contrário de praticamente todos os gadgets, o Zero não é fabricado na China – e sim no País de Gales, onde fica a sede da Raspberry Pi Foundation. Ainda mais surpreendente é que, apesar dos preços muito baixos, a fundação (que, como tal, não visa ao lucro) consegue se manter com recursos próprios e tem até um pequeno superávit, em torno de US$ 200 mil anuais.