Porque Obama é contra a TV digital
A TV digital pode ser novidade por aqui, mas nos Estados Unidos ela existe faz tempo – dez anos. É por isso que, a partir de fevereiro, os americanos vão abandonar a TV analógica: só quem tiver um aparelho digital poderá continuar a assistir a programação. Muita gente aproveitou para trocar de TV, mas a […]
A TV digital pode ser novidade por aqui, mas nos Estados Unidos ela existe faz tempo – dez anos. É por isso que, a partir de fevereiro, os americanos vão abandonar a TV analógica: só quem tiver um aparelho digital poderá continuar a assistir a programação. Muita gente aproveitou para trocar de TV, mas a maioria das pessoas comprou um adaptador digital – que custa 50 dólares e, após um reembolso fornecido pelo governo dos EUA, sai praticamente de graça.
As frequências que hoje são usadas para a transmissão analógica ficarão livres. Elas foram leiloadas pelo governo e compradas pelas gigantes Verizon e AT&T, que vão criar uma megarede de internet por todo o território dos EUA. Mas Obama, que assume o governo na próxima terça, quer adiar a transição. Ele alega que nem todos os americanos tiveram tempo, ou dinheiro, para comprar os adaptadores.
É verdade. Mas também há outro motivo. Entre os principais conselheiros de Obama está um tal Gerard Salemme, que orienta o novo presidente em assuntos tecnologicos. Só que esse cara também é diretor da Clearwire, uma operadora de internet sem fio que pertence à Sprint – arquirival da Verizon e da AT&T. Sacou? Enquanto a TV analógica continuar em operação, essas empresas ficam impedidas de montar suas redes. E a Sprint fica numa boa, sem concorrência.
Tudo não passa de um jogo de poder, no qual Obama foi feito de peão (ou entrou porque quis). Ele não tem o poder de resolver o assunto, que será decidido pelo Congresso dos EUA. Mas que a coisa pegou mal, pegou…