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Ciência Maluca

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Nomes que começam com letras do fim do alfabeto deixam as pessoas mais consumistas

Por Thiago Perin
Atualizado em 19 ago 2024, 17h24 - Publicado em 21 jan 2011, 12h50

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Sabe aquele pessoal que passa dias em filas para comprar algo, porque precisa ter aquilo de qualquer jeito, e precisa ter antes dos outros? E aquele pessoal consumista que compra, compra, compra e depois se arrepende? Tem uma nova explicação para isso. E é bizarra, bem como a gente gosta. Um estudo lá dos EUA, feito pelos pesquisadores Kurt A. Carlson (Universidade de Georgetown) e Jacqueline M. Conard (Universidade de Belmont), diz que a culpa é dos nossos nomes, da ordem alfabética e dos nossos professores.

Parece ridículo demais para levar a sério? Vamos considerar os fatos. Os caras observaram os padrões de consumo de voluntários em várias situações. E constataram que as pessoas cujos sobrenomes começavam com letras do finalzinho do alfabeto tendiam a comprar coisas com muito mais rapidez do que as cujos sobrenomes começavam com letras do começo do alfabeto. E que o efeito ficava mais e mais forte conforme a letra inicial se aproximava do Z.

Curiosamente, entre as mulheres casadas era o nome de solteira que importava, sugerindo que a causa desse fenômeno vem lá do comecinho da vida. Surgiu a hipótese: o uso constante da ordem alfabética na escola durante a infância deixa as “crianças do final do alfabeto” com uma ideia de que, se elas quiserem ser as primeiras em alguma coisa, vão ter que “ir lá e fazer acontecer” elas mesmas. Isso explicaria a tendência ao consumo impulsivo, de acordo com os pesquisadores: “em um esforço para compensar essa desigualdade, as ‘crianças do fim do alfabeto’ vão se mover rapidamente quando o sobrenome não for um fator; elas vão ‘comprar antes’. Da mesma forma, aquelas com sobrenomes do começo do alfabeto estarão tão acostumadas a serem as primeiras que as oportunidades individuais para comprar algo não vão importar tanto; elas vão ‘comprar depois’“, diz o estudo (que vai ser publicado na próxima edição do Journal of Consumer Research; dá para ver um pouquinho mais a respeito aqui).

Aí vale dizer uma coisa: a pesquisa levou em consideração os sobrenomes, porque lá nos EUA é por eles que a maioria das listagens se guia. Tradição cultural. Aqui no Brasil, o mais comum é que a gente seja listado pelo primeiro nome. Até aí, isso não anularia o fenômeno – o efeito, caso verdadeiro, seria o mesmo. Mas será? Contra pra gente se isso se aplica para você.

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