2015 será o ano da nova geração. Se não for, a coisa pode ficar feia. O primeiro ano do Xbox One e PlayStation 4 foi marcado por bons números de vendas, mas pouquíssimo conteúdo que justificasse a necessidade do upgrade. E conteúdo, nesse caso, é jogo.
A enxurrada de relançamentos em 2014 provou que as produtoras não estavam prontas para investir na nova geração. Toda vez que uma empresa opta por relançar um jogo com menos de dois anos de idade ao invés de investir em algo novo fica claro a preocupação da indústria. Ninguém quer arriscar.
É histórico que todo início de geração precisa de um forte investimento das produtoras de videogames para popularizar os seus consoles, aumentar a base instalada até que empresas que sobrevivem somente de vender jogos tenham como “pagar” seus investimentos com venda de jogos. A matemática é simples: o que se gasta precisa ser menor do que se ganha.
Esse ano, temos que torcer para que as 30 milhões unidades combinadas de Xbox One e PS4 sejam o suficiente para que a gente veja mais Dying Light’s e Evolve’s em 2015 do que Sleeping Dogs’s e Tomb Raider: Definitive Edition’s.
Listo agora alguma tendências que você deve esbarrar em 2015.
Mais DLC. Mais conteúdo pago. Mais micro-transações.
Evolve foi lançado com mais de US$150 em conteúdo extra não incluso no já pago Season Pass. Isso é um reflexo do que disse a cima: se a base instalada da nova geração é menor, logo o jogo (por melhor que seja) venderá menos. E a empresa precisa criar formas alternativas de monetizar a produção para pagar os custos. Expansões pagas e conteúdo adicional é a principal forma delas fazerem isso. Espere por muito DLC em 2015 – e torça para que eles tenham qualidade.
Exclusivo, pero no mucho.
O novo Tomb Raider será exclusivo de Xbox One. O novo Street Fighter será exclusivo de PlayStation 4. Por que isso acontece? Simples: Microsoft e Sony precisam investir para que seus consoles tenham relevância e ganhem novos adeptos. Por isso bancam parte do desenvolvimento de jogos de third parties para atrair o público. É o mesmo que aconteceu com Bayonetta 2 para o Wii U. Se as empresas não investissem nesses jogos, eles poderiam nunca ter existidos. Mas é muito possível que meses após o lançamento exclusivo novas versões desses jogos sejam lançadas para as demais plataformas.
Problemas, muitos problemas.
Assassin’s Creed Unity, Halo: The Master Chief Collection e recentemente a versão problemática de Dying Light para PC comprovam que fazer jogos não é fácil e demanda mais tempo e dinheiro do que algumas empresas planejam. Em 2015 teremos que esperar mais para comprar os jogos e não nos decepcionarmos com eventuais problemas de lançamento.
Preços nas alturas
Com o dólar chegando a casa dos R$3,00 vai ser difícil continuar comprando jogos para console por R$199. Mesmo os que são fabricados no Brasil sofrem grande influência do valor da moeda americana em diversas etapas da sua produção e licenciamento (como royalties). Apesar do esforço de algumas distribuidoras, é possível que R$229 seja o novo R$199 em 2015.