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Como as Pessoas Funcionam

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Estudos científicos e reflexões filosóficas para ajudar você a entender um pouco melhor os outros e a si mesmo. Por Ana Prado

Não se sinta culpado por sucumbir a pequenos prazeres

Por Ana Carolina Prado
Atualizado em 4 set 2024, 11h12 - Publicado em 16 dez 2016, 15h27
Young woman using tablet computer at home – Stock Image
(Foto: Bosca78 /iStock)

Tenho algo a confessar: eu amo ver reality shows como Keeping up with the Kardashians. Eles são bestas, mas realmente me ajudam a relaxar naqueles momentos em que não quero pensar em nada. E nem venha falar alguma coisa porque você com certeza tem algum prazer bobo como esse. Pode ser que ame jogar Candy Crush, comprar coisas de que não precisa, dançar escondido no seu quarto, ouvir umas músicas que seus amigos achariam de gosto duvidoso ou algo do tipo.

Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Melbourne (na Austrália), Universidade de Houston (nos EUA) e da Universidade de Colônia (na Alemanha) descobriu que não há motivo para se sentir culpado por esses tipos de prazeres (quando moderados, é claro). Isso porque eles podem não só minimizar os efeitos de um dia ruim (algo que já percebemos muitas vezes), mas também nos ajudam a progredir mais em direção a metas pessoais.

O estudo

Para chegar a essa conclusão, os autores pediram a 122 estudantes e funcionários de uma universidade para monitorar, por seis dias, o número de prazeres simples e também de pequenos aborrecimentos que experimentaram durante o dia.

Entre os aborrecimentos mais comuns relatados estavam as atividades acadêmicas, o trabalho, o cuidado com a saúde, ter que socializar, os deslocamentos diários que tinham de fazer, dormir (!) e a própria pesquisa em que estavam se voluntariando (que galera honesta). Os pequenos prazeres mais comuns envolviam socializar (tem gente que ama, tem gente que odeia), dormir (idem), comer, fazer compras, ter algum tipo de entretenimento e se dedicar a hobbies, entre outros (veja o quadro abaixo).

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grafico-pequenos-prazeres
O gráfico mostra quais são os pequenos prazeres e aborrecimentos do dia a dia registrados pelos voluntários da pesquisa (Crédito: Reprodução)

Os voluntários deveriam ainda enviar relatórios toda noite sobre o quão longe tinham ido para alcançar seus objetivos naquele dia.

Houve uma correlação significativa entre ter um número elevado de prazeres simples experimentados durante um dia e o progresso da pessoa em alcançar suas metas. Esses momentos agradáveis conseguiam até aliviar o impacto dos aborrecimentos.

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“Ao agir como amortecedor contra pequenos aborrecimentos, os prazeres também podem ajudar as pessoas a se fortalecer psicologicamente para lidar com o estresse e enfrentar desafios”, disse a autora principal, Nicole Mead, professora da Universidade de Melbourne.

Chega de culpa

Mead destaca o valor dos resultados para combater a demonização dos pequenos prazeres, que muitas vezes são apresentados como vícios ou pecados. Muita gente se culpa ao relaxar um pouco por pensar que isso seria desperdício de tempo ou sinal de fraqueza.

“As pessoas intuitivamente acham que o prazer atrapalha a realização de objetivos como o cumprimento de um prazo, então tendem a se gabar de quão duro estão trabalhando e do pouco sono que estão tendo para se tranquilizarem”, diz ela.

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“A suspeita em relação ao prazer está profundamente enraizada na cultura ocidental. Mas as pessoas estão agora tomando uma abordagem mais compassiva para suas vidas. Afinal, não somos robôs. É provavelmente melhor aceitar que temos desejos e usá-los de maneiras positivas em vez de tentar negá-los. E nossa pesquisa sugere que desfrutar de alguns prazeres simples podem realmente ajudá-lo a alcançar seus objetivos”, completa.

O estudo foi publicado recentemente no Journal of the Association for Consumer Research. Via Futurity.org.

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