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Como as Pessoas Funcionam

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Estudos científicos e reflexões filosóficas para ajudar você a entender um pouco melhor os outros e a si mesmo. Por Ana Prado

Pesquisadores descobrem o que pode ajudar a superar fim de relacionamentos

Por Ana Carolina Prado
Atualizado em 19 ago 2024, 16h56 - Publicado em 22 set 2011, 17h30

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Já falamos disso por aqui: corações partidos são capazes de provocar uma dor tão grande que pode chegar a ser sentida fisicamente. Infelizmente, a ciência ainda não descobriu como curá-la (será que vai, algum dia?). Mas temos uma boa notícia a quem está num período forever alone da vida. Uma pesquisa da Universidade do Arizona identificou algo que pode ajudar: a autocompaixão (já falamos dela também, lembra?). Mas ela não deve ser confundida com o ato de se fazer de vítima e ficar se sentindo o coitadinho injustiçado da situação. Autocompaixão é uma combinação de bondade para consigo mesmo (na medida certa) e a compreensão de que perdas e rompimentos acontecem com todo mundo.

O estudo, que foi liderado pelo psicólogo David A. Sbarra e será publicado na revista Psychological Science, envolveu 105 pessoas (38 homens e 67 mulheres) com idade média de cerca de 40 anos. Todos eles haviam terminado um casamento de 13 anos cerca de três ou quatro meses antes. No primeiro teste, os participantes tiveram que pensar em seus ex-companheiros durante 30 segundos. Em seguida, falaram por quatro minutos sobre seus sentimentos e pensamentos sobre a separação, relatando sua adaptação e a frequência com que experimentaram emoções intensas sobre o ex. Isso foi repetido outras duas vezes, três e seis ou nove meses depois do rompimento. Então especialistas analisaram seu nível de autocompaixão, bem como outros traços psicológicos, como depressão e “estilo de relacionamento”.

E o resultado surpreendeu: independente de qualquer outra característica, foi a autocompaixão que fez toda a diferença para que as pessoas superassem o coração partido. Sim, esqueça aquelas listas enormes de atitudes para tomar: nesses casos não importou muito ter boa autoestima, resistência à depressão, otimismo ou a facilidade com relacionamentos. Aqueles que se recuperaram mais rapidamente e ficaram ainda melhor depois de um período de até nove meses (e tiveram, inclusive, saúde melhor) foram os que demonstraram níveis mais altos de autompaixão. Só isso.

Essa simplicidade deixou os pesquisadores otimistas. “Não é fácil dizer para uma pessoa ser menos ansiosa. Você não pode mudar sua personalidade tão facilmente. Sabemos também que as mulheres superam perdas melhor do que os homens. Mas você não pode mudar o seu sexo. O que você pode mudar é a sua postura com relação a sua experiência”, disse Sbarra ao MedicalXpress. “Compreender a sua perda como parte de uma experiência humana maior ajuda a amenizar os sentimentos de isolamento”. Vai também ajudar você a sentir menos ciúme ou raiva, não ficar fazendo julgamentos ou ruminando o passado.

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