Um australiano pode ter feito a descoberta arqueológica mais importante da história da Austrália enquanto procurava por um lugar para “atender ao chamado da natureza”. Clifford Coulthard, membro da tribo Adnyamathanha, estava explorando desfiladeiros quando o seu estômago decidiu pregar uma peça. A busca por um lugar para fazer suas necessidades o levou a Warratyi, um local árido que mostrou que os aborígenes australianos haviam acampado lá há 49 mil anos, dez mil anos antes do que os cientistas pensavam.
O abrigo, localizado a 550 quilômetros da cidade de Adelaide, também contém a primeira evidência comprovada da interação dos humanos com a chamada megafauna. O arqueologista e doutorando da La Trobe University, Giles Hamm, que encontrou o local com Coulthard, descreveu o caráter curioso da descoberta. “Cliff saiu do carro para procurar um lugar para fazer cocô e achou essa fonte cheia de artes em pedra”.
Hamm afirmou que a primeira coisa que chamou a atenção da dupla foi um abrigo de pedra com o teto escurecido. Na hora, os dois sabiam que isso representava sinais de atividade humana, mas não tinham noção do significado da descoberta. “Esse achado destrói um dos supostos pilares que dizem que o clima, não os humanos, causaram a extinção da megafauna, pois comprova que os homens viviam junto com os animais e os caçavam”.
A localização do abrigo também levanta teorias sobre como os aborígenes australianos se moviam pelo continente. “Esse achado coloca as pessoas saindo do norte do continente para a parte sudeste muito antes do que pensamos”.
Pelos últimos nove anos, Hamm e sua equipe recuperaram mais de 4,3 mil artefatos de escavações de até um metro de profundidade, junto com 200 fragmentos de ossos de 16 mamíferos e um réptil.
Com The Independent