Música de brinquedo: artista recria álbuns famosos com lousa mágica
A cartunista americana Alli Katz estava acostumada a criar com caneta e papel. Mas, brincando com sua sobrinha, acabou descobrindo por acaso uma superfície inusitada para um novo projeto. Para recriar a capa de álbuns famosos – de Abbey Road, do quarteto de Liverpoool, a 1989, de Taylor Swift – a escritora e ilustradora usa uma Etch a Sketch, lousa que foi comercializada com o nome de “Traço Mágico” no Brasil pela empresa LongJump.
Quem não está familiarizado com o brinquedo pode não sacar o quão impressionantes são os traços da americana. A lousinha mágica, superpopular nos Estados Unidos, foi criada pelo francês Andre Cassagnes na década de 1950. Batizada inicialmente L’Ecran Magique, a ideia foi comprada em uma feira internacional de brinquedos em 1959 e um ano depois começou a ser comercializada pela Ohio Art Company com o nome de Etch a Sketch, se tornando um hit absoluto.
Hoje a mecânica criada por Cassagnes pode não parecer lá tão revolucionária mas, para as crianças de 60 anos atrás, parecia mágica. O interior da tela da caixinha vermelha, criada para se assemelhar a um televisor, é revestida por pó de alumínio – que gruda no vidro graças a uma carga eletroestática. Para brincar, é preciso controlar dois grandes botões posicionados na esquerda e na direita da tela que movimentam uma ponta metálica no interior da caixinha na vertical e na horizontal, respectivamente, criando uma linha preta contínua na tela cinza. Para apagar o desenho (ou os rabiscos nem tão inspirados que mais costumeiramente eram criados com a lousa), bastava virar o brinquedo para baixo e sacudir, reposicionando o pó de alumínio.
Desde dezembro, Alli tem se aventurado com o brinquedo, uma empreitada um tanto desafiadora. Cada desenho demora pelo menos 45 minutos para ser concluído. Se a imagem tem muitas sombras, o tempo é ainda maior, já que o brinquedo só permite o desenho de uma fina linha por vez. Isso, sem contar os eventuais erros que jogam por terra todo o trabalho. “Às vezes eu tenho que começar um desenho simples seis ou sete vezes porque há algo fora do lugar e não há nenhuma maneira de encobrir erros”, Katz contou à Fast Company.
Abaixo você confere mais algumas criações de Alli ao lado dos álbuns que servem como inspiração. Mais criações podem ser vistas no Instagram da artista.
Black Messiah (2014), de D’Angelo and the Vanguard
Transformer (1972), de Lou Reed
Wakin on a Pretty Daze (2013), de Kurt Vile