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Rosto medieval, talento moderno: SUPER entrevista Luke Evans, ator de “O Hobbit” e do novo “Drácula”

Por Redação Super
Atualizado em 21 dez 2016, 09h19 - Publicado em 15 out 2014, 19h00

Como o príncipe Vlad III de Drácula – A História Nunca Contada – Luke Evans encara seu primeiro grande protagonista em Hollywood e adiciona mais um papel de época ao currículo. Aos 35 anos, ele não tem medo de ser rotulado: “Talvez eu tenha mesmo uma alma antiga”

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Por Louise Peres, de Nova York

Uma tela pisca em meio à dúzia de aparelhos postos sobre a mesa. O barulho estridente da ligação enche o salão do luxuoso hotel com vista para o Central Park, em Nova York. Sentado à mesa, o homem interrompe a fala, encara o celular e dispara, em tom sério: “Tem alguém ligando. Deacon. Ele quer fazer Facetime. Não sei quem é, mas o telefone de alguém está tocando aqui. Respondo o Facetime?”. Silêncio. Os jornalistas se entreolham, constrangidos. Ele segura o iPhone e atende. “E aí, cara! Estamos no meio de uma coletiva de imprensa. Aqui é o Luke Evans, de Dracula Untold. Tudo bem por aí? A gente te liga de novo daqui a pouco, ok?”. O silêncio que ocupava o ambiente desde o início da sessão de perguntas, minutos atrás, dá lugar a risadas. Logo em seguida, a conversa fria entre jornalistas e um artista se transforma em um bate-papo amistoso. É assim, com uma espontaneidade incomum entre estrelas de Hollywood, que o ator de 35 anos quebra o gelo durante uma entrevista coletiva para divulgar o filme Drácula – A história nunca contada.

Se o rosto de traços marcantes transmite a imagem de alguém sisudo e cheio de si, a fala e a atitude de Evans provam seu bom humor e sua capacidade de rir de si mesmo. “Enquanto usava a armadura, passava cerca de doze horas em pé. Foi difícil, mas o resultado foi ótimo, apesar de alguns momentos realmente assustadores em que eu não consegui chegar ao banheiro a tempo” diz o ator, sem vergonha de admitir as situações ridículas que passou ao viver seu primeiro protagonista no cinema.

Aliás, a estreia veio em grande estilo. Logo de cara, Evans encarou a responsabilidade de interpretar um dos personagens mais emblemáticos da ficção: o monstrengo de dentes afiados eternizado pelo romance de Bram Stoker em 1897 e já retratado em uma série de adaptações para o cinema. A oportunidade de encarnar o príncipe Vlad III, a identidade humana de Drácula nunca antes explorada no cinema, foi um prato cheio para o ator. “É um homem complexo emocionalmente, que se torna um monstro imortal. É interessante que ele possa voar, ouvir pensamentos, vire morcego e todas essas coisas, mas esses poderes não são algo que criamos porque estamos fazendo um filme de Hollywood. São elementos que vêm do folclore do Leste Europeu, de séculos atrás, quando esses heróis que vemos hoje em grandes franquias ainda nem existiam”, diz.

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Personagens mitológicos não são novidade na carreira de Luke Evans. Talvez você se lembre dele como Aramis, em Os Três Mosqueteiros (2011), como o deus Apolo em Fúria de Titãs (2010), ou de sua participação rápida em Robin Hood (2010). Mas há mais chances que você o reconheça como Bard, o único personagem humano de destaque em O Hobbit 2: A Desolação de Smaug (2013). Inclusive, o convite para interpretar Drácula veio enquanto o ator filmava a terceira parte de O Hobbit na Nova Zelândia. “Talvez eu tenha mesmo uma alma antiga, tenha vivido em outras épocas”, diz. Apesar da repetição de temas, Luke Evans não tem medo de se tornar um daqueles atores que sempre interpretam papéis parecidos. “Realmente, como ator essa é uma preocupação que devo ter em mente. Mas acho que tenho conseguido misturar bem, alternando esses papéis com outros mais modernos, como o vilão de Velozes e Furiosos 6, que era um tipo inglês de cabeça raspada, bem contemporâneo”, relembra. Além disso, o lançamento de High Rise, filme dirigido por Ben Wheatley esperado para 2015, pode ajudar a quebrar a associação do rosto de Luke Evans com histórias fantasiosas inspiradas no período medieval.

Provavelmente, o currículo de produções carregadas de fantasia e folclore pesou quando os produtores escolheram o ator para ajudar a contar o passado inexplorado de Drácula. “Queríamos um rosto fresco, não tão conhecido, e ele encaixou perfeitamente no que imaginamos para esse misto de herói e monstro que é o protagonista desse filme”, diz o cineasta irlandês Gary Shore. O diretor do longa também enche Luke Evans de elogios. “É um ator extremamente dedicado. Alguém facílimo de trabalhar, muito disponível, que colaborou bastante com ideias e estava sempre pronto. Na primeira conversa já tive certeza que ele era perfeito para esse papel”, diz.

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O mundo é um palco

Aos 16 anos, Luke Evans deixou a escola e a cidadezinha de Pontypool no País de Gales para estudar teatro em Londres. Ganhou uma bolsa de estudos do The London Studio Centre, de onde saiu formado em 2000. Logo em seguida, estrelou uma série de produções no West End, a Broadway londrina. Evans considera a experiência em produções como Rent, Miss Saigon e Piaf uma bagagem essencial para os resultados vistos na tela de Drácula – A história nunca contada. “Foi o meu treinamento. O filme é teatral, a coisa toda é o espetáculo da jornada de um homem. Precisei gritar diante de uma multidão de guerreiros e tive poucos dias, mas o suficiente para comandá-los. Naqueles momentos, me senti no palco. E comandar o público quando se está ali é como tê-lo na palma da sua mão – algo que não acontece o tempo todo. Mas, quando acontece, você se sente o rei do mundo. Quando consegui atingir esse estado em algumas cenas, foi graças a minha bagagem teatral”, diz.

Do início da carreira ele carrega, além das atuações em musicais, declarações abertas e polêmicas sobre sua sexualidade. “Todos me conhecem como gay, e na minha vida em Londres eu nunca escondi isso”, declarou em entrevista à época. Hoje, tendo a mira voltada para a indústria cinematográfica americana, o ator desconversa quando o assunto vem à tona. “É bom que as pessoas olhem para mim e pensem que sou um cara que faço o que gosto, aprecio o que faço, sou bem sucedido e estou feliz vivendo a minha vida”, despista.

Conflitos pessoais à parte, Luke Evans teve a sorte de ganhar, com Drácula – A história nunca contada, a chance de surfar em duas grandes ondas do momento: literatura fantástica e super-heróis, grandes responsáveis pelos maiores sucessos de bilheteria do ano. Como o príncipe Vlad III, Evans mostra a face humana, de pai e marido amoroso, guerreiro com um passado negro e atormentado por um conflito existencial. Como Drácula, explora o lado macabro de uma criatura dotada de poderes sobrenaturais. “No fim das contas, é uma questão de encontrar papéis que te desafiem, que desafiem o público e não façam com que as pessoas se encham de você”, arrisca ele. Ao menos por ora, como o monstro mais temido da Transilvânia, será difícil alguém se entediar.

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