Como surgiu o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC)?
Com voz de Cid Moreira narrando aqueles fatídicos truques batidos do Mister M: “Óóóh, senhor de todas as respostas, revele o segredo: quem foi a primeira pessoa a ter o nome inserido no SPC? Netinho do Buiú Ninguém sabe, nem a hostess da balada nem a blogueira que pediu para entrar e virou meme. […]
Com voz de Cid Moreira narrando aqueles fatídicos truques batidos do Mister M: “Óóóh, senhor de todas as respostas, revele o segredo: quem foi a primeira pessoa a ter o nome inserido no SPC?
Netinho do Buiú
Ninguém sabe, nem a hostess da balada nem a blogueira que pediu para entrar e virou meme. É que, por questões legais, você não pode furar fila, entrar no SPC e dar uma #olhadinha para ver quem estava devendo R$ 80, R$ 120, cinquentinha ou o quer que fosse na praça.
Mas senta que lá vem a história: SPC é uma sigla duplamente famosa no Brasil (na gringa, é Secretariat of the Pacific Community, Storm Prediction Center, Storage Performance Council etc. etc.) Aqui no país, ela representa um dos maiores nomes da música brasileira do fim do século 20, o Só Pra Contrariar,
E o Serviço de Proteção ao Crédito, que surgiu em 1955, em uma época em que não existia nem CPF – hoje, não é o nome da pessoa que vai para o SPC, mas o CPF dela. O órgão surgiu após um grupo de lojistas do interior gaúcho decidir criar um fichário com o nome das pessoas que compravam a prazo nas lojas e não pagavam. Isso aí, uma lista negra dos caloteiros. E, voilà, nasceu o SPC.
Com isso ficou acertado que sempre que alguém quisesse comprar a prazo em uma loja um mensageiro tinha que sair correndo. Era algo meio medieval. O cliente só poderia comprar a prazo depois que o comerciante mandasse um funcionário até esse clube de dirigentes lojistas para checar se o nome da pessoa estava no fichário – o funcionário tinha de ir até lá, literalmente, já que o uso do telefone ainda não era comum.
“Se descobrissem que a pessoa tinha comprado em alguma loja e não tinha pago, eles não vendiam a prazo”, explica Ronaldo Guimarães, gerente nacional de negócios do SPC Brasil.
Sabe-se que, em 1955, já havia nomes no “fichário do SPC”, mas não se sabe quais, porque os registros de papel não foram guardados, segundo Guimarães. Hoje seria muito mais fácil ter acesso a isso, já que, desde o início dos anos 80 – ou seja, alguns anos antes da formação do segundo SPC, em Uberlândia – o processo é informatizado. Mesmo assim, o SPC, o primeiro, não divulga nomes e CPFs cadastrados, que são sigilosos por questões jurídicas.
Uma pena. Mas aposto que se você chegar na praça mais muvucada da sua cidade todo mundo vai saber quem está no SPC, o primeiro. E quem está ouvindo SPC, o segundo.