O que são as listras brancas que aparecem em dia de céu limpo?
Grande mago da sabedoria, por acaso essas listras brancas no céu que vemos frequentemente seriam rastros químicos tóxicos? Ou seja lá o que for, por que existem tantos? Abraço! Sérgio Luiz Nascimento Junior Pode respirar tranquilamente que não tem nada de tóxico. Aquilo que você vê no céu se chama trilha de condensação, também conhecidas […]
Grande mago da sabedoria, por acaso essas listras brancas no céu que vemos frequentemente seriam rastros químicos tóxicos? Ou seja lá o que for, por que existem tantos? Abraço!
Sérgio Luiz Nascimento Junior
Pode respirar tranquilamente que não tem nada de tóxico. Aquilo que você vê no céu se chama trilha de condensação, também conhecidas pelo nome em inglês (contrails) e nada mais é do que o vapor d’água sublimado em pequenos cristais de gelo.
Há duas razões para isso ocorrer. Uma é em virtude do ar superquente que sai das turbinas do avião e que se transforma em cristais de gelo devido ao choque térmico com o ar gelado da atmosfera, composto por vapor resfriado sob baixa pressão que estava parado. A outra é por conta do vapor d’água frio da atmosfera que, ao ser agitado pelas turbinas, vira gelo devido ao movimento. É a mesma coisa que acontece quando as nuvens são formadas: o vento passa, agita o vapor que está superresfriado devido à altitude, transforma-o em cristais de gelo e forma as nuvens branquinhas no céu.
No caso do avião, o céu precisa estar limpo para o fenômeno aparecer, já que é a turbina que faz o papel de vento e dá forma aos rastros brancos. Além do céu estar limpo, não deve haver muito vento; a umidade tem de estar acima dos 75%; a temperatura, entre os -40 ºC e -50 ºC; e o avião, a 10 mil metros de altitude. Geralmente, a trilha se mantém por alguns minutos, mas pode estampar o céu por horas, dependendo da umidade relativa do ar, da temperatura, do vento e do tamanho das turbinas.
Curiosidade para você contar para aquele primo chato que acha que sabe tudo de Segunda Guerra: as trilhas de condensação foram um grande problema para a aviação Aliada: os aviões que lançavam as bombas eram facilmente seguidos por caças alemães por causa do rastro que deixavam no céu azul.
Fontes: Eloir Bittencourt, professor da Faculdade da Ciências Aeronáuticas da PUCRS, e Raul Francé, comandante e coordenador do curso de Ciências Aeronáuticas da PUCGO