Aids ainda é pauta
No dia 1º de dezembro, comemorou-se o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS. O tema, muitas vezes, parece longe do cotidiano de cada um, como uma epidemia que já passou e que não faz mais vítimas, uma vez que não faz mais parte do noticiário diário (como aconteceu com a gripe aviária ou a vaca louca). É para que a sociedade não se esqueça da presença da doença que dias como esse são estabelecidos.
Para reativar a memória de alguns, a MTV Pública chamou o coletivo multimídia Garapa para produzir pequenos quadros sobre o assunto, que foram veiculados em sua programação durante todo o dia. São depoimentos de três pessoas positHIVas (como alguns portadores do vírus se denominam) que dividem suas experiências e contam como são suas vidas e o tratamento.
https://blip.tv/play/goweAYz+WA
As complicações da doença provocaram, de 1980 a junho de 2007, a morte de cerca de 205 mil pessoas, o que gerou um coeficiente de morte de 5,8 por cada 100 mil habitantes em 2007. A incidência ainda prevalece entre os homens, sendo 15 casos para cada 10 casos em mulheres em 2006.
Para quem ainda acha que o principal grupo de risco são os homossexuais, eis a notícia: em 2006, houve maior transmissão entre os homens heterossexuais (42,7%). Ou seja, aquela velha idéia propagada no começo dos anos 1990 de que apenas as pessoas que se relacionavam com outras do mesmo sexo estavam propícias à infecção cai por terra. Mas o preconceito ainda é impressionante. Ainda se considera os homossexuais como um grupo de risco na hora de doar sangue, como ilustrou a Eli Mafra em seu blog.
Ela e outros tantos blogs dedicaram a segunda-feira para comentar sobre o tema e contar seus casos ou histórias de vida, além de passar mais informações para seus públicos. A lista encontra-se aqui, mas vale ler o depoimento da Liliana, que perdeu a mãe por causa da infecção.
O que impressiona nos dados divulgados pelo Ministério da Saúde é que a incidência de contaminação cresceu em pessoas com mais de 50 anos. Para se ter uma idéia, em 1996, a taxa era de 6,1% para as mulheres na faixa de 50 a 59 anos. Dez anos depois, esse número passou para 18,6%. É por causa disso que o governo lançou a campanha “Clube dos Enta – Sexo não tem idade. Proteção também não”, como forma de conscientização.
Agora, não tem muito o que dizer além do que já é propagado: se até as camisinhas se tornaram verdes, por que não usá-las?