Campus Party: os índios também estão on-line
Nem só de geeks e jornalistas é feita a Campus Party 2009. Passeiam, também, pelo Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, índios tupinambás que vieram do Sul da Bahia e da Paraíba, a convite da organização apresentar seu projeto de inclusão digital.
São 12 etnias de lugares diferentes do país que se comunicam pelo Índios On-line e pela Web Brasil Indígena, onde divulgam eventos, traços de sua cultura e trocam todo tipo de informação. “Se alguma aldeia precisar de reforço, por exemplo, a gente se articula, manda email”, explica Caluanã, um dos indígenas que pertence ao programa.
E o “arco e flecha” nessa história? O professor de jogos indígenas, Curupaty informa que, agora, essa arte é ensinada apenas nas escolas, para as crianças, e se transformou em brincadeira para que a tradição não se perca. “Queremos mostrar que os índios também precisam evoluir, sem deixar de valorizar suas raízes”. Arco agora, só o digital.
Engajados, os tupinambás promoveram, no Campus Verde, uma oficina sobre etnomídia – que é o estudo da comunicação colaborativa e compartilhada entre etnias ou, em bom português, o jornalismo feito e praticado pelos indígenas – e até deram uma alfinetadinha nas lan houses. “Eu acho que elas prejudicam porque as pessoas se viciam e deixam de estudar”, opina Curupaty.
Mas, tecnologia à parte – e para alívio dos que ainda olhavam torto para os inusitados participantes -, os índios deram uma de tradicionalistas e levaram colares, brincos e artesanato para expor e vender no Campus Party
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* Veja outras fotos no Flickr do Campus Party