Na moda: cotas para negros e indígenas
A reserva de vagas para as chamadas minorias sempre divide opiniões. Agora, é a vez de a moda aderir às cotas. O Ministério Público definiu, na semana passada, que a São Paulo Fashion Week, maior evento de moda do país e um dos cinco maiores do mundo, deve incentivar as grifes a ter, no mínimo, 10% de modelos negros, afrodescendentes ou indígenas na passarela.
O Termo de Ajuste de Conduta partiu de uma iniciativa do Grupo de Atuação Especial de Inclusão Social do próprio ministério que constatou, na temporada passada, a quase inexistência de negros e indígenas nos desfiles.
A multa pelo descumprimento da norma é de R$250 mil para o evento, mas a grife pode se justificar, caso as etnias não sejam condizentes com a temática do desfile e, então, o caso será analisado à parte. Mas fica a dúvida: será que o Ministério Público tem conhecimento suficiente de moda para decidir se os argumentos da marca são mesmo válidos?
Nos bastidores, o burburinho continua. Esse seria um instrumento de inclusão ou vai gerar ainda mais preconceito? Há até quem diga que os modelos podem passar a acreditar que só estão na passarela por conta da obrigatoriedade. Qual é a sua opinião sobre o assunto?
*Fotos: Ana Cecília Acioli