O fenômeno #CalabocaGalvão e a farsa ambiental
A hashtag #CalabocaGalvão, que ocupou a primeira posição do trending topics mundial do Twitter durante o final de semana, foi mais longe do que se poderia imaginar. Em nome da continuidade da liderança do tópico na rede social, o movimento inventou que a expressão “Cala boca” significava “salve” e que “Galvão” era uma espécie de pássaro em extinção, vítima de matança para a confecção de fantasias de carnaval. Um vídeo no Youtube, postado ontem, convidava o mundo a twittar a hashtag e contribuir com a salvação dos pássaros.
Até ontem, o What the trend definia #CalabocaGalvão assim: “Os brasileiros estão ajudando o Instituto Galvão, que tem a intenção de salvar os pássaros Galvão, uma espécie rara em extinção. Cada tweet com #CalaBocaGalvao gera a doação de U$0,10 para o Instituto Galvão. Lady Gaga também está trabalhando em uma música chamada Cala Boca Galvão para ajudar a campanha”.
Assista ao vídeo:
[youtube=https://www.youtube.com/watch?v=bdTadK9p14A&w=560&h=340]
Até um cartaz (veja acima) com o suposto apoio do governo federal, do IBAMA e do Ministério do Meio Ambiente circulou pela web.
A pegada ambiental tocou os estrangeiros, sempre de olho na biodiversidade brasileira. Mas não por muito tempo. Depois de uma matéria publicada, hoje, no jornal espanhol El País, desmistificando o assunto, o What the trend já trazia a definição correta: “‘Cala boca Galvão’ means ‘Shut up Galvao’. Galvão Bueno é o nome de um dos mais importantes locutores de programas esportivos no Brasil, mas seus bordões prepotentes e seu patriotismo excessivo levam a comentários estúpidos durante os jogos do Brasil. Não, não é sobre salvar um pássaro raro”.
E depois a gente ainda quer ser levado a sério quando o assunto é a preservação do meio ambiente.
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