Pague dois, leve um
O slogan ao contrário não é piada. Trata-se de uma iniciativa da ONG OLPC – One Laptop Per Child (Um Laptop Por Criança), que quer aproveitar o espírito natalino – esse espírito um tanto consumista, um tanto generoso, que toma conta de muitas pessoas no fim do ano – para promover uma boa causa: a inclusão digital.
A organização, que desenvolve o laptop educacional XO – conhecido como laptop de US$100, apesar de ainda custar um pouco mais do que isso -, costuma negociar a aquisição de grandes lotes dos computadores diretamente com os ministérios da educação. Mas, desde ontem, o XO está sendo oferecido pela primeira vez para qualquer indivíduo. Só que com uma condição bem especial: para comprar um, é preciso doar outro, que vai para uma criança de um dos países em desenvolvimento beneficiados pela campanha.
O pacote com os dois computadores custa US$400. É por meio do desenvolvimento tecnológico, de campanhas como essa, de doações e da produção e venda em massa para os governos que a OLPC pretende fazer o preço do laptop cair para efetivos US$100.
Vale lembrar que o XO tem sistema operacional Sugar (uma derivação do Linux), webcam embutida, acesso a internet sem fio e possibilidade de se comunicar com outros dispositivos iguais a ele sem precisar de uma rede central. Além disso, ele é totalmente adaptado para uso educacional – o teclado é especial para os dedos das crianças, é possível desenhar e escrever com lápis no touch pad (espaço sensível ao toque que substitui o mouse dos computadores portáteis), ou utilizar o laptop no formato de e-Book (veja imagens aqui). Um presentão – para muitos adultos, inclusive.
O computador só está disponível para compra nos EUA, até o dia 26 de novembro. Ok, isso nos exclui da lista do Papai Noel. Mas vale lembrar que o Brasil está testando o XO, e negociando a compra de 1 milhão de laptops, que serão usados por alunos de escolas públicas do país. Vale a pena, então, torcer para que o espírito natalino comova muita gente nesse fim de ano – e para que as crianças brasileiras tenham logo a sua chance de inclusão.