Sulha: o fim dos conflitos
Na semana em que faleceu um dos mais ativos pacifistas do Oriente Médio, Abie Nathan, um evento, em Israel, juntou cristãos, judeus, muçulmanos, budistas e fiéis de outras crenças para pregar a paz.
O Sulha Peace Project tem como objetivo conciliar todas as religiões por meio de atividades que promovam a colaboração e a interação entre os diferentes credos. A idéia é que as pessoas percam o preconceito e o ódio irracional por pessoas que acreditam em outros deuses – ou outras concepções metafísicas – de uma forma lúdica e humana. Israelenses e palestinos discutem, conversam e dançam juntos, como se não houvesse um conflito entre os dois povos.
É um encontro entre pessoas que pregam a cultura da paz e almejam que esse sentimento se alastre para outras culturas. A palavra “sulha” significa uma maneira de mediar e resolver conflitos, segundo povos indígenas do Oriente Médio. Na cultura árabe, a expressão descreve um ritual que marca o final de um embate.
A iniciativa surgiu em 2001 quando Gabriel Meyer e Elias Jabbour, ambos preocupados com as questões espirituais e em como resolver conflitos religiosos, se encontraram e reuniram 150 adultos e 15 crianças para comemorar o Chanukkah, Natal e Ramadan – as principais comemorações dos judeus, cristãos e muçulmanos, respectivamente. A partir daí, o evento cresceu e ganhou mais notoriedade, reunindo em 2007 mais de 3 mil pessoas, sendo 300 palestinos.
Neste ano, o encontro aconteceu entre os dias 26 e 28 de agosto e teve uma pegada mais ecológica. Comida kosher (que segue o cashrut) e vegetariana foram servidas, mas sem pratos ou utensílios. Os participantes tinham que levar os seus próprios – incluindo copos – para evitar o desperdício e deixar o chão limpo.
Como o próprio site informa, eles almejam “reconstruir a confiança [entre os povos], restaurar a dignidade e ir além da agenda política”. Valeu a iniciativa!