Traje funerário de fungos pode reduzir impacto ambiental pós-morte
Não é de hoje que o enterro não é considerado a forma mais ecológica de lidar com os corpos daqueles que já não estão mais entre nós, mas sabendo da resistência das pessoas em optar por outros rituais, como a cremação, a artista sul-coreana Jae Rhim Lee desenvolveu uma maneira de reduzir o impacto ambiental dos corpos enterrados: vesti-los com traje funerário especial feito de cogumelos.
A roupa, confeccionada em algodão orgânico, é bordada com fios que contém esporos – uma espécie de célula reprodutora – de shiitake e cogumelo ostra, que estão sendo desenvolvidos por Lee, no laboratório do MIT – Instituto de Tecnologia de Massachusetts, para comer todas as partes do corpo humano – incluindo unhas e cabelo –, sem deixar toxinas.
A ideia da artista é que, antes de serem enterrados com o traje funerário, os corpos sejam “banhados” com um fluido embalsamador orgânico, rico em nutrientes, que ajuda os cogumelos a se desenvolver e iniciar seu “banquete”. Lee ainda não divulgou quanto tempo, exatamente, os fungos demoram para comer todo o cadáver, mas garante que, ao final do processo, sobrarão apenas os ossos do defunto – que deve ser exumado para dar lugar a novos corpos.
Por enquanto, a roupa funerária é, apenas, um protótipo, mas Lee já testou, na prática, a eficiência dos cogumelos decompositores. Sabe como? A artista cultiva os fungos que cria no MIT na sua casa e os alimenta com unhas, cabelo e pedacinhos de pele e carne do seu próprio corpo. Isso é que é dar o sangue por uma invenção, não?
Imagem: James Duncan Davidson/Divulgação
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