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Cientistas refazem experimento com neutrinos, mas polêmica continua

Por Ana Carolina Prado
Atualizado em 21 dez 2016, 10h36 - Publicado em 25 nov 2011, 13h40

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– Entenda a pesquisa dos neutrinos aqui

Os responsáveis pelo experimento que descobriu que neutrinos (uma partícula subatômica sem carga elétrica) podem viajar mais rápido que a luz (um limite insuperável, segundo a teoria da relatividade de Einstein) fizeram outro teste. Desta vez, os cientistas introduziram feixes com neutrinos menos duráveis no túnel de 730 quilômetros que liga o laboratório da Organização Europeia para a Investigação Nuclear (CERN), em Genebra, Suíça, ao laboratório de Gran Sasso, na Itália. Com isso, foi possível medir a sua duração de voo em uma só interação – e com mais precisão.

Leia mais: Einstein estava errado?

O resultado, assinado por 200 especialistas, foi o mesmo: houve neutrinos que chegaram a Gran Sasso 0,00000006 segundos antes da luz, que viaja a 299.792.458 metros por segundo. “Os vinte neutrinos que avaliamos forneceram uma precisão comparável aos 15 mil que fundamentaram nossa medição inicial”, explicou Darío Autiero, cientista do Instituto de Física Nuclear de Lyon (França) e responsável de análises de medidas da equipe Ópera. Para ele, no entanto, são necessários mais testes para que se possam confirmar as medições.

Energia demais?

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Mas já há quem defenda que a pesquisa esteja errada. Um grupo de cientistas ligado ao mesmo laboratório onde foi feita a descoberta rejeitou as conclusões dos colegas, afirmando que estas partículas elementares não podem ter ultrapassado a barreira imposta pela Relatividade Geral de Einstein.

Sua argumentação apoia estudos recentes de cientistas norte-americanos, demonstrando que neutrinos que ultrapassassem (mesmo por uma pequena percentagem) a velocidade da luz teriam de perder energia. Isso, porém, não aconteceu com as partículas que, supostamente, foram detectadas no seu destino cerca de 60 nanossegundos antes da luz: as partículas medidas no destino, na Itália, chegaram exatamente com a mesma energia das que partiram do acelerador de partículas LHC do laboratório CERN, na Suíça.

Já os cientistas do projeto dizem que a energia medida é exatamente a esperada para neutrinos à velocidade da luz, e não mais.

Jim Al-Khalili, um professor de física na Universidade de Surrey na Grã-Bretanha que prometeu que “comeria seus shorts” caso os resultados das partículas mais rápidas que a luz fossem comprovados, ainda não se convenceu. “Eu ainda não estou pronto para pegar minha faca e garfo. O ideal é que a experiência fosse feita num lugar totalmente diferente para tentar verificar o resultado”, disse ele à Reuters.

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