Colin Farrell protagoniza remake de “O Vingador do Futuro”. Leia a entrevista com o ator
Por Raquel Sodré, do Rio de Janeiro
(Colaboração para a SUPERINTERESSANTE)
O remake de “O Vingador do Futuro” só estreia no dia 17 de agosto no Brasil. Mas se você ainda não está convencido de que assistir ao filme é uma boa ideia, a gente garante que há vários bons motivos. O primeiro é Colin Farrell, o protagonista, que interpreta um cidadão comum que recebe um implante de memória. A SUPER conversou com o ator no Rio de Janeiro. E você lê agora o que ele não contou para mais ninguém.
A última vez que você trabalhou em uma grande produção de Hollywood foi em “Miami Vice” (2006). O que “O Vingador do Futuro” tem de tão especial que te trouxe de volta?
Não vejo um roteiro assim desde “Miami Vice”. Eu li algumas coisas, mas não gostei delas a ponto de querer fazer. A grana era boa, eram grandes filmes, mas se você vai passar três, quatro ou cinco meses gravando um filme, é melhor que você goste do que está fazendo. Eu li o roteiro de “O Vingador do Futuro” e, no início fiquei meio cético com relação ao filme por ser um remake. Mas Len [Wiseman, que dirige o longa] me convenceu.
Como?
Len é um ótimo desenhista. Quando entrou pela primeira vez no set de filmagens, ele levou uns desenhos enormes de como ele imaginava o universo do filme. Eram desenhos incríveis! A criança de cinco ou seis anos que mora em mim disse “Uau! Eu poderia estar nesse filme!”.
O que você mais gosta na história do novo “O Vingador do Futuro” e em seu personagem, Douglas Quaid?
Sobre a história, gosto do fato de o filme comentar sobre questões que trazem reflexão, questões que estão debaixo da superfície, como um governo patriarcal, como um pequeno grupo de pessoas controlando um grande poder e indo contra a maioria. E o que eu gosto mais em Douglas Quaid? Eu não sei! Não sei, porque ele não sabe quem ele é! Mas acho que gosto de sua persistência, de sua busca. Ele está buscando quem ele realmente é e isto é algo que todos fazemos: nós todos nos fazemos perguntas sobre as nossas vidas.
Você já fez de tudo, da comédia pastelão “Quero matar meu chefe” (2011) até o independente “Coração louco” (2009). A preparação muda muito de um papel para o outro?
É mais ou menos a mesma coisa. O que importa é o potencial da história. Eu me preparei para “O Vingador do Futuro” da mesma forma que me preparei para “Na Mira do Chefe” (2008) ou para “Ondine” (2010) ou outros filmes pequenos. Tratei este filme como uma produção estudantil de US$50 mil, mas com brinquedos maiores.
O seu visual também mudou muito. Quem não se lembra da cabeleira loira de “Alexandre” (2004)? Como você mudou fisicamente para “O Vingador do Futuro”?
O roteiro de “O Vingador do Futuro” não trazia nenhum detalhe com relação à aparência de Douglas Quaid. Eu sabia que, nesta versão do filme, o personagem tinha um passado militar. Então, tive que entrar em forma, fiquei mais forte do que jamais estive porque sabia que teria que gravar cenas de ação. Já em “Quero Matar Meu Chefe”, eu li o roteiro e enxerguei muito claramente o cara daquele jeito. Então, levei isso para o diretor e ele achou uma boa ideia. Foi daí que veio a barriga e o cabelo bizarro. Em “Ondine” eu já estava sem trabalhar havia mais ou menos um ano e meu cabelo estava bem comprido. O diretor pensou em cortá-lo, mas eu pensei no que seria mais fácil de manter do ponto de vista do personagem. E o mais prático é não cortar o cabelo nunca! Então deixamos meu cabelo grande. Na verdade, eu não sei bem dizer de onde vêm essas coisas. Você lê o roteiro e as ideias aparecem.
No filme, Douglas Quaid é um cara que se cansa da vidinha besta e resolve fazer um implante de memória. Se você pudesse implantar uma memória na vida real, qual seria?
Eu escolheria ser um jogador de futebol. Meu pai foi jogador de futebol e isso foi o que eu achei que quisesse ser até os 14 anos de idade. Mas aí comecei a andar atrás de garotas e a estudar teatro e virei ator (risos).
Imagens: 1. Sony Pictures/Divulgação / 2. Thiago Sperotto Fagundes