Como cortar as asas do mosquito da dengue e acabar com a doença
Por Ana Carolina Prado
Pesquisadores de universidades britânicas e americanas (e dentre eles está o brasileiro Osvaldo Marinotti, da Universidade da Califórnia) conseguiram uma alternativa para combater a transmissão da dengue sem precisar de pesticidas ou qualquer outra coisa do gênero. Eles produziram uma linhagem de mosquitos machos geneticamente modificados do Aedes aegypti que, ao cruzarem com fêmeas selvagens, geram fêmeas com uma alteração genética que afeta o desenvolvimento das asas e as torna incapazes de voar.
São as fêmeas que transmitem a doença por meio da picada e, quando elas não conseguem voar, morrem rápido. Isso reduz o número de mosquitos e, assim, a transmissão da doença. Os machos continuariam voando por aí normalmente carregando essa armadilha por aí.
A cada ano, de 50 a 100 milhões de pessoas contraem dengue no mundo.
Segundo Anthony James, professor da Universidade da Califórnia em Irvine e um dos autores do estudo, a nova linhagem pode suplantar a população nativa em até nove meses. É preciso fazer outros estudos para confirmar a viabilidade disso, mas os pesquisadores esperam aplicar o método não apenas para a dengue, mas também para outras doenças, como malária e febre do oeste do Nilo.