Como foi feita a capa "Psicopatas"
“Eles querem dinheiro, poder, um cargo alto. São quatro vezes mais comuns nas empresas do que nas ruas. Cuidado: pode ter um na mesa ao lado.” Tendo isso em mente comecei a pesquisar referências e caminhos pra capa da Super sobre Psicopatas no Trabalho.
Fui separando imagens relacionadas a filmes, seriados como Dexter, escritório, material de escritório, diabinhos, executivos, gravatas…
No meio da pesquisa separei dois caminhos: “materiais de escritório+diabinho” e a “sensação de estar sendo observado sem saber”.
Passei para o ilustrador Fabricio Lopes as referências de material de escritório. Queria que ele desenhasse um diabinho com os objetos comuns na mesa de trabalho: o lápis seria o corpinho, um clips torto seria o rabinho… Como dá pra ver claramente do meu lindo rafe em preto e branco.
O Fabricio mandou bem pra caramba, mas quando eu coloquei a imagem na capa ela ficou sem muita força, não preencheu bem o espaço e não tinha muito impacto. Mas eu achei tão legal que não quis deixar de fora deste post.
Paralelamente, tínhamos aquela outra ideia do “estar sendo observado”. Fiz uma boa pesquisa de imagens de pessoas atrás de persianas (comuns nas salas das grandes corporações). Separei também umas gravuras do artista Shepard Fairey (Obey) para servir de referência de cor e acabamento. O jeito que ele usa vermelho, preto e as sombras ajuda a passar um clima de mistério.
Passei tudo isso pro Sattu que me mandou uns estudos.
Eu gostava da ideia de ter a silhueta de uma pessoa no contra luz, mas quando imprimos a capa para ver de longe percebemos que a imagem perdia força.
Aí resolvemos focar mais no rosto mesmo, aproximando o olhar do psicopata.
Aí a partir daí foi melhorar o contraste e aplicar umas hachurinhas pra trazer mais detalhe e textura pro desenho.
Quando vimos a capa pronta percebemos que a imagem da persiana estava sufocada dentro da moldura vermelha e resolvemos passar a persiana pra frente da capa inteira. Gostamos muito do resultado. A ilustração ficou maior, o personagem ficou melhor ambientado e a interferência não prejudicou a percepção da logomarca e da moldura vermelha da Super.
O que vocês acharam?
Alessandra Kalko
Diretora de Arte
@alekalko
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