Dica da Liga: Como a ciência e a tecnologia transformam a vida em um filme de ficção científica
Por Lucas Dal’Bello*
Enquanto você lê este texto, há muitos cientistas trabalhando para transformar o mundo como você conhece. E o resultado pode ficar bem parecido com um filme de ficção científica. Um deles é o cientista brasileiro Miguel Nicolelis, pesquisador da Universidade Duke, no Texas. Nicolelis desenvolve projetos ligados à interpretação e transmissão de pensamentos para controlar aparelhos artificiais. Nesta palestra do TED, Nicolelis fala de alguns avanços que obteve com suas pesquisas. Por exemplo, uma macaca conseguiu, do Texas, fazer andar um robô no Japão usando apenas seus impulsos elétricos. O cientista também está trabalhando no Walk Again Project (“Projeto Andar de Novo”, em tradução livre). que pretende fazer com que um jovem com paralisia volte a andar, na abertura da Copa de 2014, utilizando para isso um exoesqueleto controlado pelo seu cérebro.
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Ainda acha isso tudo muito surreal? Pois se prepare para o que vêm aí: o bilionário russo Dmitry Itskov fundou há pouco a chamada Iniciativa Social Estratégica 2045, ou somente Iniciativa 2045, que tem como objetivo, olhe só, desenvolver a tecnologia necessária para fazer o ser humano viver sem o seu corpo. Literalmete. Juntamente com uma dezena de cientistas, empreendedores e outros pensadores, o cientista quer transferir a mente humana para um mecanismo artificial, onde ela possa “viver” normalmente, pensando como antes e controlando um corpo robótico, ou até um avatar holográfico. Tudo isso nos próximos 30 anos.
Segundo o site da iniciativa, a maior vantagem de se ter uma mente num corpo não biológico é uma vida estendida, sem doenças e enfermidades físicas e com mais facilidade para “reparos” no hardware. Em suma: podemos ser imortais. Parece até brincadeira, mas eles mandaram uma carta aberta ao Secretário Geral da ONU, Ban Ki-Moon, pedindo suporte ao projeto. No site da iniciativa, há planos de metas para o desenvolvimento gradual da tecnologia necessária, com estimativas de quando as novas tecnologias serão disponibilizadas. A iniciativa também promove a discussão da implicação do uso das novas tecnologias, apoiando, além do desenvolvimento físico-biológico, o desenvolvimento espiritual da sociedade.
O assunto ainda beira a ficção científica, mas pesquisas como a de Nicolelis indicam que, no futuro, talvez os implantes tecnológicos sejam tão comuns como um celular é hoje em dia. Gadgets como o Google Glass já mostram a tendência de aproximar a tecnologia ao corpo humano. Muitas questões técnicas e éticas ainda precisam ser resolvidas, no entanto. Enquanto isso, podemos somente imaginar como seria um mundo onde humanos e máquinas estão mais conectados. Ou ler um livro de Isaac Asimov.
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