Projeto “Edit-a-thon das minas” quer estimular participação feminina na comunidade do Wikipédia
Se você acessar a página da Wikipédia que fala sobre a matemática Ada Lovelace, reconhecida por muitos como a primeira programadora de computadores do mundo, verá que só existem dois tópicos desenvolvidos sobre toda a vida e carreira da moça. Já a página do matemático Alan Turing, um dos pioneiros da ciência da computação, tem pelo menos 7 tópicos. É uma baita diferença. Não faltam exemplos para mostrar que grandes cientistas mulheres não recebem o mesmo reconhecimento que seus colegas homens. No caso da Wikipédia, isso acontece em grande parte porque, segundo estimativas, 87% das pessoas que produzem conteúdo para o site são homens, que acabam deixando de lado muitos conteúdos do universo feminino.
É para estimular que mais mulheres editem artigos na Wikipédia brasileira e mudem esse panorama que a comunidade do site Think Olga resolveu criar o “Edit-a-thon das minas”. O evento, que vai acontecer no dia 26 de abril no Lab 89, em São Paulo, será uma maratona de 8 horas de edição das páginas de mulheres que são extremamente importantes para seus campos, como ciência, moda e literatura, mas que não possuem artigos completos na Wikipédia. Os participantes vão aprender a editar os artigos e passar o dia trabalhando na produção dos conteúdos.
Você pode se perguntar “mas por que tanto interesse nos artigos da Wikipédia?”. Apesar de muita gente torcer o nariz quando ouve falar do site, não se pode negar a popularidade que ele alcançou e que, por sua proposta de democratização do conhecimento, acabou se tornando umas das principais ferramentas de pesquisa sobre qualquer assunto. Garantir que informações corretas e completas sobre grandes mulheres estejam disponíveis na internet é uma tarefa importante. Por isso, o “Edit-a-thon das minas” quer encorajar a participação de mulheres ativas nessa comunidade.
“Apesar do foco no aumento do número de editoras [no Wikipédia], homens também são bem vindos. Qualquer um pode participar – é só levar um notebook e boa vontade”, explica uma das organizadoras do evento, a jornalista Luciana Galastri. Gostou da ideia, mas não vai poder estar em São Paulo na data? Fique atento às novidades postadas na página do “Edit-a-thon das minas” no Facebook, já que devem ocorrer mais edições da maratona. A ideia das organizadoras é que o evento se estenda para outras cidades e que exista também a possibilidade de participação remota.