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4 descobertas que frustraram as promessas da genética

Por Ana Carolina Prado
Atualizado em 21 dez 2016, 10h14 - Publicado em 9 set 2010, 17h29

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Quando os cientistas concluíram o mapeamento do genoma humano, em 2000, o mundo festejou o que seria uma revolução na ciência. O “código da vida” havia sido decifrado, o que significava que, em coisa de 10 anos, daria para prever e evitar as doenças mais misteriosas com remédios feitos especialmente para o nosso DNA. Acontece que os 10 anos já se passaram e nada disso aconteceu. Ninguém sabe por que o câncer, por exemplo, ataca pessoas saudáveis de repente. E ainda não há como “desligar” o gene que está relacionado à doença de Parkinson. Mas por que esse enorme #FAIL aconteceu?

Com base na reportagem de capa da revista SUPER deste mês, listamos 4 descobertas recentes que “atrapalharam” os cientistas por desmentir teorias antes tidas como certas. Para saber como a ciência está contornando o problema e descobrir se a genética ainda tem chance de dar certo, só comprando a revista (porque não vamos entregar o ouro assim de bandeja, né?).

1- Acreditava-se que cada gene fabricava uma única proteína, mas a verdade é que cada gene pode produzir várias delas.
Os genes têm a nobre função de fabricar proteínas, que são as responsáveis por regular tudo o que acontece no nosso organismo – da absorção de gorduras à determinação de características pessoais como a cor do cabelo. Até aí, tudo certo. Mas acreditava-se que cada gene fabricava uma só proteína. Isso significa que, se os cientistas identificassem cada gene com a proteína correspondente, seria possível saber exatamente em qual deles precisaríamos mexer quando ficássemos doentes. Simples. O problema é que se descobriu que um gene pode estar ligado à produção de várias proteínas, o que complica tudo.

2- Os genes não agem sozinhos, como se pensava.
As células definitivamente são mais complexas do que se imaginava. Além de poder produzir várias proteínas, um gene ainda pode interagir com outros genes não só para fabricar outras proteínas, mas também para dar novas funções a células. Por serem relações tão complexas, fica difícil (ou até impossível) identificar e alterar um único gene pra curar ou evitar uma doença – a menos que se trate de doenças raras que afetam realmente um gene específico.

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3- O chamado “DNA lixo”, antes considerado inútil, na verdade regula a interação entre os genes.
Os genes são raros no DNA: a maior parte da espiral é formada por trechos que não fabricam proteínas. Mas estudos aprofundados revelaram que esse DNA lixo não é nada inútil e não pode ser desprezado. Pelo contrário: ele é uma espécie de chefão dos genes, regulando a interação entre eles. Problemão para a genética, que agora também precisa dar atenção especial a esse material outrora renegado.

4- O código genético não é imutável.
Pois é, meu caro. Não pense que o seu belo código genético está imune a tudo e ficará para sempre do jeitinho em que está. O sistema imunológico pode agir sobre os seus cromossomos e ativar ou desativar combinações de DNA. Isso quer dizer que algumas doenças podem ser realmente imprevisíveis e, mesmo se não forem, não daria para confiar 100% em um tratamento que afete o DNA, já que ele também pode não ser permanente.

Está achando o futuro da genética pouco promissor depois de considerar esses elementos-surpresa? Calma: há projetos bacanas em curso que ainda podem dar alguma esperança. Você pode ler mais sobre isso na edição deste mês da SUPER. Corre lá que ela já está nas bancas. E depois conta pra gente o que você acha disso tudo.

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