5 candidatos dessas eleições que já se envolveram em escândalos
por Maria Gomes
COLABORAÇÃO PARA A SUPERINTERESSANTE
Não é possível dizer se a memória das pessoas que é curta, se a Justiça é lenta, ou se ocorre as duas coisas. Mas os escândalos na política estouram e são esquecidos em intervalo de poucos meses e, geralmente, sem qualquer conclusão da Justiça. Veja cinco candidatos que foram personagens de casos assim e que disputam algum cargo nessa eleição
Fernando Collor de Mello (PTB-AL)
Personagem de um dos maiores escândalos de corrupção do país, Collor sofreu processo de impeachment apenas dois anos após ser eleito presidente e teve seus direitos políticos cassados por oito anos em 1992.
Em 2000, tentou sem sucesso ser prefeito de São Paulo. Dois anos depois, disputou o governo de Alagoas e foi novamente derrotado. Em 2006, finalmente conseguiu voltar à política sendo eleito senador.
Agora, próximo até do presidente Lula, Collor está empatado com outros dois candidatos na disputa mais uma vez pelo governo de Alagoas.
Valdemar Costa Neto (PR-SP)
O deputado federal ainda é réu no processo do mensalão. Para não ser cassado, ele renunciou pouco depois do esquema de compra de apoio parlamentar ter sido revelado no Congresso, em 2005. No ano seguinte, já foi eleito novamente para o mesmo cargo. Valdemar Costa Neto respondeu também a uma acusação de compra de votos na eleição de 2006, mas foi absolvido pela Justiça Eleitoral. Ele ainda aguarda julgamento do caso do mensalão. Mas, olha só: é candidato novamente a deputado.
Paulo Maluf (PP-SP)
Acusado de intimidar uma testemunha de processo contra ele, Maluf foi preso por 40 dias em 2005. No ano seguinte, o ex-prefeito e ex-governador de São Paulo foi eleito deputado federal e concorre agora à reeleição.
Maluf responde a mais de dez processos de naturezas civil e criminal por supostas irregularidades em suas gestões. Neste ano, entrou na lista vermelha de procurados pela Interpol (!). Ele diz que é inocente de todas as acusações, mas teve sua candidatura barrada pela Justiça Eleitoral de acordo com a Lei da Ficha Limpa e aguarda julgamento de recurso.
Jader Barbalho (PMDB-PA)
Em 2001, Jader renunciou ao cargo de senador ao se ver envolvido em uma sequência de denúncias de corrupção na extinta Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia). Sem a imunidade parlamentar, ele foi preso provisoriamente no ano seguinte por suposta participação nos desvios da superintendência.
Mesmo com o escândalo, foi eleito deputado federal em 2002 e reeleito em 2006. Nestas eleições, tenta voltar ao Senado.
Joaquim Roriz (PSC-DF)
A Polícia Civil do Distrito Federal investigava esquema de desvio de dinheiro do Banco de Brasília quando gravações de conversas telefônicas flagraram o ex-governador Joaquim Roriz negociando a divisão de R$ 2,2 milhões com o ex-presidente do banco.
Então senador, ele teve de renunciar ao cargo para escapar de um processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa e de uma possível cassação. Roriz nega todas as acusações e espera a Justiça Eleitoral julgar recurso contra decisão que barrou sua candidatura ao governado do DF nestas eleições. Enquanto isto, segue na disputa.