7 outros itens que podem ser reciclados (e você não sabia)
Por Luiza Antunes
Em 2013, os brasileiros produziram 64 milhões de toneladas de lixo. Desses, quase 38% tiveram um destino inadequado, como lixões, e 9% não foram nem coletados. Esses dados são da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Cada vez mais aumenta a quantidade de lixo que os brasileiros geram, então, precisamos melhorar a forma com que lidamos com esses resíduos. Continuando aquela lista que fizemos sobre 8 itens que poderiam ser reciclados (e você nem imaginava), selecionamos mais 7 objetos que podem ter um destino mais sustentável. Confira:
1. Lâmpada fluorescente
No Brasil, usamos cerca de 100 milhões de lâmpadas fluorescentes por ano, e 94% dessas acabam no lixo comum. Só que a lâmpada fluorescente contém mercúrio, um metal muito tóxico. O problema é que pouca gente sabe que dá para reciclar esse tipo de lâmpada. Durante a reciclagem, um sistema de vácuo associado a altas temperaturas separa o mercúrio dos outros elementos que compõe a lâmpada, que podem ser reutilizados por indústrias. Então, ao invés de jogar ela fora no lixo comum quando queimar ou quebrar, basta você levar para um posto de reciclagem indicado pelo fabricante ou procurar um desses lugares na internet. Ah, atenção: é preciso tomar cuidado ao manusear esse tipo de lâmpada, porque o mercúrio pode causar sérios problemas neurológicos. Então, se ela quebrar, abra todas as janelas e saia do ambiente por uns 15 minutos. Depois, use luvas e coloque os pedaços quebrados em um saco plástico lacrado.
2. Embalagem de chips
Sabe aquelas embalagens metálicas de salgadinho, tipo chips? O nome desse material é bi-axially oriented polypropylene ou película de polipropileno biorientada (BOPP). Ele também é utilizado em embalagens de biscoito, café, chocolate, rótulos, etc. Enfim, é um negócio que está em todos os lados, mas que os catadores e cooperativas em geral consideram não-reciclável. Mas verdade é que o BOPP é material reciclável sim, só falta a informação. Felizmente, grandes empresas já adotaram a tecnologia necessária para dar uma destinação adequada ao material e conseguem criar outros produtos a partir da película, que vão desde displays de varejo até bolsas e carteiras.
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3. Resíduos de aveia
Sabe aquela aveia “Quaker”? Pois é, ao ser produzida, sobram resíduos dela, tipo a casca, que teoricamente não tem muita função no ambiente. Bom, a empresa que fabrica o produto, a PepsiCo, teve uma ideia para dar fim aos resíduos de aveia: ela passou a reciclá-los, usando como combustível – o nome correto seria biomassa. Pois é, eles queimam as cascas no lugar do gás natural, não só diminuindo o consumo de combustível fóssil, reduzindo em 1.042 toneladas nas emissões de gases de efeito estufa, mas também se livrando de 1.440 toneladas de casca de aveia por ano, uma redução de 20% na quantidade de resíduos. Eles fazem isso desde 2011. Em 2013, a iniciativa foi premiada pela AMCHAM.
4. Cartuchos de tinta e toner
A pior coisa que você pode fazer é jogar o cartucho da impressora no lixo quando ele fica vazio. Hoje a tecnologia avançada de reciclagem desse produto permite aproveitar todos os componentes. Segundo o programa de reciclagem da HP, as partes plásticas são trituradas, misturadas com outras fontes de plástico reciclável, como garrafas PET, e usadas para a composição de novos cartuchos de tinta. Os componentes metálicos e o resto de tinta também são reaproveitados em outros ciclos de produção. Praticamente todas as grandes lojas de papelaria e varejo recolhem cartuchos usados.
5. Jeans
Os jeans são muito versáteis e também um verdadeiro pesadelo para o meio ambiente: sua produção desde as plantações de algodão até a criação do tecido consome muita água. Grandes empresas como a Levi’s já estão investindo na produção de jeans mais sustentáveis, feitos de uma composição entre o algodão tradicional e materiais recicláveis como garrafas PET, comprimidas e transformadas em fibras de poliéster. Outras empresas menores fazem jeans com algodão orgânico ou usam retalhos e fibras de peças antigas para confeccionar as novas. Apesar disso não ser tão divulgado, é possível reciclar peças de jeans (que estejam muito velhas ou destruídas para serem doadas), entregando para empresas especializadas, que transformam esse tecido em outras peças de vestuário ou até produtos para isolamento térmico de casas.
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6. CD/DVD
Os CDs e DVDs não deveriam ser descartados no ambiente e sim reciclados. Mas, infelizmente, a tecnologia para reaproveitar os materiais desses objetos é cara e incomum no Brasil. Em países desenvolvidos, eles realizam uma desmagnetização e separam as diferentes camadas dos discos, conseguindo assim reciclar o plástico, que constituí 90% da estrutura do CD/DVD. É bom saber que esses discos levam mais de 400 anos para se decompor no meio ambiente. Então, enquanto no Brasil não temos uma solução para reciclar o produto, o jeito é reduzir o consumo ou procurar cooperativas que dão um fim criativo e artístico para os CDs velhos.
7. Tênis
Tênis de corrida também podem ser reciclados. O material que compõe esses objetos pode ser utilizado posteriormente na fabricação de tatames de EVA, pistas de corrida, quadras e campos de grama artificial, por exemplo. Além disso, também pode ser utilizado como combustível. A Adidas lançou em 2012 um programa chamado Pegada Sustentável, com objetivo de recolher os tênis no final de ciclo de vida e usá-los como combustível limpo em fornos de cimento. Porém, o site oficial da empresa não informa se o programa continua e quais lojas recolhem os tênis. A Nike tem um programa nos Estados Unidos de produção de quadras esportivas feitas a partir de tênis velhos, que não servem mais para doação. Mas o programa nunca chegou ao Brasil.