8 apagões que ficaram na história
Um calor insuportável, e os planos do governo de reduzir o consumo de energia elétrica adotando o horário de verão vão pelo ralo. As pesquisas mais recentes sobre o assunto mostraram que o pico do consumo de energia está justamente entre 14h e 15h (não coincidentemente, horário de maior calor neste Brasilzão de meudeus, quando todo mundo liga ares condicionados e ventiladores no modo Aspirante a Polo Norte).
O resultado dessa refrescância toda, somada à falta de chuvas e à consequente falta de água para abastecer as hidrelétricas, é a iminência de mais uma crise energética, que está ameaçando o país inteiro a ficar sem luz – nem ar condicionado, ventilador, nem geladeira, nem freezer. Computador, só na bateria (imagina o prejuízo para as empresas?). O primeiro sinal dessa crise apareceu no último dia 19, quando 11 estados, mais o Distrito Federal, ficaram sem luz por cerca de 1h15.
Quem nasceu na década de 1990 ou nos anos 2000 talvez tenha mais dificuldade de se lembrar, mas os primeiros integrantes da geração Y, dos anos 1980, vão recordar bem do risco do apagão de 2001. Era o último ano do governo FHC, e o setor energético passava por uma crise séria, principalmente por falta de investimentos nos anos anteriores. Apesar de o presidente ter tentado uma série de medidas nos primeiros anos de seu governo, o jeito foi mesmo mandar a população economizar no gasto de energia.
No mundo, outros países já tiveram apagões memoráveis, e o Brasil mesmo já passou por (mais) um perrengue energético no começo deste século. Veja abaixo os blecautes que marcaram a história do mundo:
8. Argentina, o tempo todo
O problema na Argentina não é a proporção dos apagões, mas a frequência de “apaguinhos” que dão nos nervos da população. Segundo o jornal local “Clarín”, é a falta de investimentos no setor (soa familiar?) a responsável pela falta de luz crônica em várias partes do país. Em 2006, 228 mil pessoas na capital argentina ficaram quase 24h sem energia por conta de um incêndio em uma subestação. No ano seguinte, de novo na capital, 168 mil ficaram sem luz em março. Em maio do mesmo ano, foram mais 24 horas sem energia. Em 2007 (o ano das trevas na Argentina), três quartos da população da famosa cidade turística de Bariloche ficaram 16 horas sem nadinha de energia elétrica.
7. Venezuela, 2008
Uma hora de escuridão foi o que viveu praticamente metade da Venezuela (incluindo a capital, Caracas), em um apagão que afetou 13 Estados do país. O blecaute foi causado por uma falha no sistema de abastecimento, que produziu uma reação em cadeia. O problema afetou a linha de transmissão que sai da represa hidrelétrica de Guri, a maior do país, uma das três maiores do mundo e responsável pelo abastecimento de grande parte da Venezuela.
6. Colômbia, 2007
Quase três quartos da população da Colômbia ficou sem luz por mais de duas horas em abril de 2007. A capital, Bogotá, com população de 7 milhões de habitantes na época, estava nesse meio. A causa do apagão foi uma falha técnica em uma subestação de energia próximo à capital. O incidente deixou dezenas de pessoas presas em elevadores, as estações de metrô de Medellín tiveram que ser evacuadas e os sinais de trânsito pararam de funcionar nas principais cidades (modo caos: ligado).
5. Brasil, 2009
Em novembro de 2009, foi a nossa vez de ficar à luz de velas (por motivos nada românticos). As fortes chuvas, rajadas de vento e os vários raios que ocorreram na região de Itaberá, em São Paulo, causaram um curto circuito em três linhas que saem da hidrelétrica de Itaipu. O resultado disso foram cerca de 60 milhões de pessoas sem energia elétrica por pouco mais de 5 horas.
4. Indonésia, 2005
Um dos maiores blecautes da história do mundo aconteceu na Indonésia, quando quase metade da população ficou completamente sem luz por um dia inteiro. O apagão atingiu cerca de 100 mil pessoas e foi causado por um problema na linha de transmissão do oeste de Java, que interrompeu o fornecimento para diversas outras regiões.
3. Estados Unidos e Canadá, 1965
Era um dia comum de outono na América do Norte, quando, sem mais nem menos, cerca de 30 milhões de pessoas se viram sem luz nos Estados Unidos e no Canadá, especialmente em Nova York e em Toronto. Nessa época, o uso de eletricidade crescia rápido na região, e o blecaute pegou todo mundo de surpresa. Por horas, a partir das 17h30 – hora em que a energia caiu -, pessoas ficaram presas em elevadores e o caos foi instaurado no trânsito.
O abastecimento de eletricidade começou a voltar na mesma noite, mas só foi normalizado em Nova York cerca de 14 horas depois do início do problema. As autoridades só descobriram a origem do apagão seis dias depois, quando concluíram que a luz faltou por falhas em uma estação no Canadá, que sobrecarregou toda a rede elétrica da região.
2. Estados Unidos e Canadá, 2003
De novo, o Tio Sam e seu irmão do Norte ficaram no escuro em 2003 (“sempre os mesmos…”, diria sua professora do primário). Dessa vez, foram cerca de 50 milhões de pessoas que ficaram sem energia elétrica. Mais uma vez, no dia 14 de agosto de 2003, Nova Iorque, Detroit, Cleveland e Toronto ficaram no breu, e o reabastecimento só foi normalizado dois dias depois.
As causas, dessa vez, também demoraram a ser identificadas. Somente em abril de 2004, Canadá e EUA pararam de empurrar a culpa um para o outro e assinaram um relatório que apontava uma série de falhas em cascata, que incluíam falta de planejamento e preparo para lidar com as crises.
1. Itália, 2003
Em 2003, também Itália e Suíça ficaram nas trevas, no episódio que está no rol dos maiores blecautes da Europa. Era setembro, e mais de 50 milhões de pessoas (quase toda a Itália e parte da Suíça) ficaram sem energia pela madrugada. Em algumas regiões, o apagão durou 12 horas.
Segundo a Enel, empresa responsável pelo abastecimento de energia no país, uma tempestade danificou a linha que leva eletricidade da Suíça para a Itália. Por causa disso, outras linhas de transmissão ficaram sobrecarregadas e entraram em colapso. Daí por diante, foi só escuridão. O blecaute apagou as luzes – literalmente – de uma grande festa de rua que era realizada em Roma, e até o Vaticano foi afetado pela falta de luz.