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Destaques de 2010 da SUPER: As 10 coisas mais irritantes do ano

Por Redação Super
Atualizado em 19 ago 2024, 14h35 - Publicado em 16 dez 2010, 12h56

por Felipe van Deursen, do blog “1001 Coisas pra te Irritar antes de Morrer”
Editor Assistente do Núcleo Jovem de Internet (sites da SUPERINTERESSANTE, MUNDO ESTRANHO, AVENTURAS NA HISTÓRIAS e GUIA DO ESTUDANTE)

Como todo ano, 2010 somou uma série de fatos, personagens, modas, filmes, músicas, políticos e hábitos de dar nos nervos. E, como toda lista, esta é arbitrária. Você não vai concordar com muita coisa, provavelmente com a maioria. Que bom! Porque o mais legal de tudo (né, gente?) é o debate, a pluralidade de ideias, as opiniões compartilhadzzzzzzzzzz. Então vamos lá, afinal de contas, nada mais irritante em fim de ano do que retrospectivas.

10 – Gente que fala “gente que fala” e outras expressões de internet em excesso

Clotilde diz:
– Olha, melhor a gente parar de ficar falando assim

Ivone diz:
– ASSIM COMO MIGS?

Clotilde diz:
– Com esse linguajar internético tuiteiro caps lock toscão. Expressões, gírias, anglicismos e neologismos etc. da “redemundialdecomputadores” têm prazo de validade mais curto que requeijão aberto. Pode ser engraçado nos primeiros meses, mas depois não rola. #ficaadica

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Ivone diz:
– HUEHUEHUEHUEHUE…NOT! ACHO MARA FALAR ASSIM!!

Clotilde diz:
– Desaprendemos a falar como pessoas normais…. Mas, er, droga… AI, É DIFÍCIL!!! JÁ PODE VOLTAR A FALAR DO NOSSO JEITINHO?

Ivone diz:
– RISOS…..SUA LINDA!

Ok,  não tem muito o que fazer. O negócio é ficar, er, suave na nave. Mas já deu de falar assim, né, galere!? (ops…)

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9 – A tal heterofobia no Big Brother
Essa nem era para estar aqui, mas é só para lembrar e irritar previamente, porque, em janeiro… Salve, salve, nação magnânima da nave do Big Brother Brasil, Pedro Bial e sua turma de jovens bem nutridos e criados a Ovomaltine estarão de volta!
O que nos irritou no BBB 2010? Ah, teve o mimimi sobre o vencedor Dourado ser homofóbico ou não, né? Mal dá para lembrar. BBB é assim, a gente adora não gostar e se irrita por não resistir a acompanhar. E no fim acaba acompanhando. Vai, desabafa no confessionário, vai.

8 – Vampiros e zumbis
The Walking Dead, Orgulho e Preconceito e Zumbis, Zumbilândia, Crepúsculo, Eclipse, Lua Nova, Amanhecer, The Vampire Diaries, True Blood, Vampire Weekend! Está todo mundo na Cracolândia!
Os bebedores de sangue já vêm numa crescente há uns anos, mas em 2010 abriram espaço para os gourmants de cérebro. Das passarelas às capas de revista, do guia de TV aos remixes literários, a onda caça-níquel só não assusta mais com o que está por vir como o – cofcof – novo nicho literário: anjos. É, não tá fácil pra ninguém e a gente continua dificultando.

7 – Família Restart
Eles fizeram barulho em 2010. Um barulho sinestésico, com guitarrinhas esganiçadas, óculos de brinquedo e roupas tingidas de M&M’s. O jornalista André Forastieri escreveu com categoria em seu blog que a banda, ícone desse movimento colorido, pós-emo, é “rock de verdade”, é a “rebelião adolescente do momento”. Deve ser mesmo. Mas – ou talvez por isso mesmo – foi um saco este ano. Especialmente por causa da histeria coletiva de sua legião (Legião? Arrá!) de fãs catapultada à fama indesejada no Youtube. Uma única reportagem da Folha.com gerou dois hits instantâneos na internet: os já batidos “puta falta de sacanagem” e “eu vou xingar muito no Twitter”. A sessão de autógrafos cancelada, que gerou a revolta juvenil do vídeo, trouxe à tona essa nova onda adolescente fluorescente, vista aos montes nas cidades desse Brasilzão. Pra eu, você e todo mundo xingarmos muito no Twitter.

6 – Pulseirinha do equilíbro
Aquele seu amigo gente boa da academia tem algo em comum com Neymar e Rubens Barrichello: a pulseirinha do equilíbrio. O acessório daria resistência e flexibilidade a corpo e mente, graças a incríveis hologramas mágicos! Isso nos obriga a fazer uma pausa e voltar cinco anos atrás. Em 2005, a moda era a pulseirinha amarela do Lance Armstrong, ciclista supercampeão que superou o câncer e virou exemplo supremo de superação e vitória. Além disso, a grana da venda das pulseiras ajuda a manter a fundação de combate ao câncer que o atleta mantém. Se olharmos para nosso pulsos, dá para dizer que pioramos assim em meia década?
Em tempo: vítimas da moda, um alerta: as camisas xadrezes correm risco de extinção caso seu consumo se mantenha nos níveis atuais, informa O Sensacionalista.

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5 – Extremismo no Brasil
Espancamento de homossexuais em São Paulo, jovens agredidos, baleados, mortos em paradas gays e brigas de torcida país afora não são, infelizmente, uma exclusividade de 2010. Agora, um tal Manifesto São Paulo para Paulistas, manifestações racistas e homofóbicas nas redes sociais e até uma marcha, que quase rolou, em homenagem a um líder nazista são o quê? Onda vintage!? Saudade dos nerds que usavam lâmpada fluorescente como sabre de luz em vez de agredir os outros na rua.

4 – O exagero de entreguismos no esporte
São Paulo e Palmeiras entregaram o jogo ao Fluminense para prejudicar o Corinthians na reta final do Campeonato Brasileiro? Vasco ajudou o alvinegro paulista para tentar detonar a festa do Flu? A sucessão de jogos marcados pelo supostamente descarado entreguismo foi o suficiente para muita gente condenar a credibilidade dos pontos corridos. Pode isso, Arnaldo?
E ainda tivemos Felipe Massa entregando vitória para Fernando Alonso na Fórmula 1, seleção de vôlei entregando jogo para pegar adversários mais fáceis rumo ao título mundial… Houve corpo-mole até no críquete, caso interesse.

3 – “Seleção do Dunga”
Entre aspas porque foi mais fácil digerir o fracasso da “seleção do Dunga” do que o da “seleção brasileira”. Primeiro foi a não convocação dos santistas Ganso e Neymar, imbatíveis no primeiro semestre e quase unânimes nas seleções dos especialistas. Depois veio o futebol truncado, mas funcional, que o técnico ranzinza empurrava goela abaixo da imprensa à medida que evoluía na competição da charmosa Jabulaaaaani. Tivemos que engolir, por um tempo. Chegaram até a tentar transformar Felipe Melo, protegido de Dunga, em ícone pop (teve empolgado que até o comparou a Chuck Norris…), em mais uma série de brincadeiras de Twitter. Mas aí o jogador foi expulso contra a Holanda, que nos trucidou no segundo tempo das quartas-de-final. E o Carnaval de meio de ano foi encerrado antes da hora, restando a nós parabenizar, com o finado Polvo Paul e o celular da Larissa Riquelme, a vitória espanhola e o casal do ano, o goleiro Iker Casillas e a repórter Sara Carbonero.

Sugestão: ligue o som e leia o resto desse post embalado pelo grande sucesso do ano:
[youtube=https://www.youtube.com/watch?v=6BzCkEFWLdk&w=480&h=385]

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2 – A excitação cinematográfica com a guerra urbana no Rio
Primeiro veio a teoria da conspiração. Teria Tropa de Elite 2 estreado após o primeiro turno para não prejudicar a reeleição do governador Sergio Cabral? É possível. Afinal, o vídeo do ET Bilu também foi ao ar somente depois do pleito. Hmm, faz sentido. Aí, em novembro, vieram os carros e ônibus queimados, os discursos inflamados, as piadas crossmedia de que se tratava de Tropa 3, os blindados, os caveirões e, plim-plim, rapidinho a polícia e as Forças Armadas tomaram o Complexo do Alemão. Uhu, é tetra! Acabou o reino do tráfico! E de repente todos viramos especialistas em segurança pública. É, gente, já alertou o sábio Bilu: “busquem conhecimento”.

1 – O aborto no centro do debate do segundo turno
Índice de Desenvolvimento Humano menor que o de Bósnia ou Cazaquistão? Educação básica entre as piores do mundo? Mais de 50% das residências brasileiras ainda sem acesso a esgoto? Tudo isso é bobagem, bruxão. Podemos deixar de lado. No segundo turno, o que pegou foi vestir a carapuça eleitoreira e atropelar séculos de um embate que envolve história, medicina, religião e filosofia para abraçar determinada opinião sobre um assunto. Além disso, aborto é tema complexo demais para ser debulhado em correntes difamatórias de emails e frases de efeito na TV. Se já é difícil definir quando exatamente a vida começa, imagine analisar a fundo as propostas de governo dos candidatos à Presidência quando todos os holofotes pareciam virados para a questão do aborto? Nas eleições da bolinha de papel, nem o deputado Tiririca, alfabetizado sim senhor, conseguiria tal proeza.

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