Destaques de 2011 da SUPER: As 10 principais notícias científicas do ano
por Alexandre Versignassi, editor da SUPERINTERESSANTE
10 – Capa da invisibilidade
Fizeram um objeto desaparecer. Ou quase isso. Físicos desenvolveram uma capa que faz com que raios de luz passem em volta de um objeto. Na prática, ele fica invisível. Por enquanto, a capa só consegue fazer isso com ondas de luz mais longas, as que ficam no espectro do vermelho. O experimento, porém, mostra que extender a tecnologia para todo o espectro de luz visível é só uma questão de tempo. Aí teríamos uma capa da invisibilidade para valer.
Quem: Joachim Fischer, do Instituto de Tecnologia Karlshue, na Alemanha
9 – Watson, o computador humano
Computador bom de xadrez existe desde o Atari. Mas um capaz de vencer humanos num programa de perguntas e respostas apareceu só em 2011. Foi o Watson, da IBM, a primeira máquina capaz de entender a fala e o raciocínio humano tão bem quanto um humano.
Quem: cientistas da IBM
8 – Teletransporte de diamantes
Bom, não é exatamente teletranaporte. Mas é quase. Partículas subatômicas têm uma propriedade surreal: às vezes, se você mexe em uma aqui, uma outra igual a ela se move também – mesmo que uma esteja na Terra e a outra em plutão. O nome técnico disso é “entrelaçamento quântico” (e o não-técnico, “teletransporte”) . A novidade é que neste ano conseguiram fazer isso com partículas nada subatômicas: cristais de diamante com 3 milimitros de espessura. Não é pouco: se isso for aplicado para coisas realmente grandes e complexas, como uma pessoa, aquilo que você conhece como teletransporte mesmo pode sair da ficção.
Quem: IIan Walmsley, da Univerididade de Oxford, na Inglaterra
7 – Hidrogênio (quase) de graça
Que o hidrogênio é melhor candidato a substituto da gasolina todo mundo sabe. O problema é que não existe um Pré-Sal de hidrogênio – você precisa extraí-lo a partir de água (separando o H do H2O). Parece simples, mas o processo é caro e demanda muita energia. Algumas bactérias, porém, sabem fazer esse trabalho sem fazer força, usando uma enzima específica. Um grupo de cientistas conseguiu criar uma versão sintética dessa enzima – e começou a testar na produção de hidrogênio em larga escala. Se der certo, o petróleo terá um futuro negro pela frente.
Quem: Cientistas do Pacific Northwest National Laboratory, nos EUA
6 – Espermatozóide artificial
Criaram espermatozóides a partir de células-tronco de ratos. Depois transferiram as células reprodutoras para roedores inférteis e eles passaram a se reproduzir normalmente. Foi o maior passo até hoje rumo à cura da infertilidade masculina.
Quem: Katsuhiko Hayashi, da Universidade de Kyoto, no Japão
5 – Coração de células-tronco
Os primeiros corações feitos a partir de células tronco começaram a sair do forno. Ainda falta fazê-los funcionar – eles não estão ligados a veias e artérias nem batem, por exemplo. Mas trata-se de um passo decisivo no desenvolvimento de órgãos para transplante, órgãos feitos a partir das células de quem precisa do transplante, com risco zero de rejeição.
Quem: Doris Taylor e colegas, da Universidade de Minessota, nos EUA
4 – Gene da peste negra
Recriaram o código genético da bactéria que dizimou a europa no século 14. E fizeram isso a partir de fragmentos de DNA encrustados nos dentes das vítimas de 700 anos atrás. A ideia não é criar uma nova peste negra, claro, mas conhecer melhor microorganismos que causaram estragos violentos para a humanidade ao longo da história – e nos deixar melhor armados caso alguma praga assim apareça de novo no futuro.
Quem: Cientistas da Universidade de Tubingen, na Alemanha
3 – Faça-se a luz: Fótons que os cientistas criaram do nada
Não existe nada no vácuo. É tudo o mais puro vazio, certo? Não. Conseguiram criar fótons a partir do nada neste ano. As partpículas de luz surgiram depois que cientistas “pertubaram” o vácuo com um aparelho que vibrava a 270 mil km/h (25% da velocidade da luz). A teoria de que partículas poderiam surgir assim, por “geração espontânia” já existia – a física quântica prevê que o vácuo é um carnaval de partículas que surgem do nada e desaparecem o tempo todo. A confirmação prática, porém, só chegou em 2011.
Quem: Christopher Wilson e colegas, da Universidade Chalmers, em Gottenburgo, Suécia.
2 – Vírus anti-câncer
Um dos sonhos da medicida é usar a agressividade dos vírus a nosso favor – criar um que destrua só células cancerosas, por exemplo, deixando o resto intacto. E foi o que aconteceu em 2011, num experimento com 23 pacientes. Pode ter sido o ponta-pé inicial para o fim do câncer. As pesquisas continuam.
Quem: John Bell e colegas, da Universidade de Ottawa, no Canadá.
1 – Outras dimensões
É a história dos neutrinos do Cern, aqueles que teriam viajado mais rápido que a luz. O experimento terá de ser repetido várias vezes, e em outros labortórios, para que haja certeza de que isso realmente aconteceu. E se aconteceu mesmo, a explicação mais pé-no chão é que os neutrinos teriam atravessado um atalho em “outra dimensão”. Seria a prova de que existem outras dimensões de espaço além das 3 que formam nosso mundo 3D – uma revolução tão grande na ciência quanto as que Newton e Einstein empreenderam. Nada menos.
Quem: Cientistas do Cern, na Suíça
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