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Os 5 chefes de estado que mais desviaram dinheiro no mundo

Por Ana Carolina Prado
Atualizado em 19 ago 2024, 14h47 - Publicado em 15 set 2010, 18h55

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Corrupção não é coisa só de político brasileiro. Nas últimas décadas, enquanto a população de certos países vivia abaixo da linha de pobreza, seus presidentes desviavam bilhões (sim, BILHÕES) de dólares para suas contas pessoais.

Em 2004, a ONG Transparency International publicou um relatório com os valores aproximados dos recursos desviados por alguns presidentes nas últimas décadas. Esses podem não ser necessariamente os líderes mais corruptos do período, já que se sabe muito pouco sobre o dinheiro desviado em vários outros lugares. Mas olha, precisa ser ninja para superar os 5 maiores do relatório. Dá uma olhada:

5- Slobodan Milošević

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Sérvia/Iugoslávia, de 1989 a 2000
US$1 bilhão

Milošević conseguiu a proeza de ser o primeiro chefe de Estado em atividade acusado por um tribunal internacional. Mas não foi por causa da corrupção: o Tribunal de Haia o prendeu por crimes contra a humanidade realizados durante as guerras na Croácia, Bósnia e Kosovo (na qual foi responsável pela morte de pelo menos 900 pessoas, incluindo mulheres e crianças). Já as autoridades federais iugoslavas o acusaram por corrupção, abuso de poder e apropriação indébita. Milošević morreu em 2006 na Prisão de Criminosos de Guerra, em Haia.

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4- Sani Abacha

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Nigéria, de 1993 a 1998
US$2 bi a 5 bi

O político e militar Sani Abacha participou de 2 golpes até chegar ao poder. Seu governo ditatorial foi acusado de cometer várias violações dos direito humanos, com inúmeros casos de execuções de opositores políticos e ativistas. Impopular dentro e fora do país, ele não baixou a bola e ainda zombou das ameaças de sanções econômicas que estava sofrendo, já que rola uma dependência mundial do petróleo que a Nigéria produz. Foi casado com Maryam Jidah, vencedora de um concurso para rainha da beleza africana, teve 9 filhos e morreu em 1998, de infarto.

3- Mobutu Sese Seko Nkuku Ngbendu wa Za Banga

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Zaire, de 1965 a1997
US$5 bilhões

Mobutu chegou à presidência por meio de um golpe militar. Apesar da sua política ditatorial, foi apoiado pelas potências ocidentais, que temiam a instalação de um regime comunista na África em plena Guerra Fria. Com seu chapéu de pele de leopardo, ficou conhecido como um dos mais poderosos governantes do continente africano – chegou até a mudar o nome do país de Congo para Zaire, em 1971. Mas, enquanto o povo do país vivia cada vez mais abaixo da linha da pobreza, a fortuna pessoal de Mobutu, quase toda no estrangeiro, crescia incrivelmente. Só foi derrubado em 1996, fugindo logo em seguida do país – que voltou a se chamar Congo.

2- Ferdinand Emmanuel Edralín Marcos

ferdinand

Filipinas, de 1965 a 1986
US$5 bilhões a 10 bilhões

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O ditador foi eleito presidente em 1964 e ainda conseguiu a reeleição em 1969 e 1981. Também foi declarado vencedor das eleições de 1986, mas as suspeitas fortes de fraude eleitoral fizeram com que ele fugisse para o Havaí, onde ficou até sua morte. Sua esposa, Imelda Marcos, foi ganhadora de um concurso de beleza nas Filipinas (parece que rainhas da beleza curtem um presidente) e é famosa por suas viagens de compras milionárias e sua coleção de mais de mil pares de sapatos. Mas sua vida de Paris Hilton está sofrendo turbulências: o tribunal anticorrupção das Filipinas a obrigou a devolver 10 milhões de pesos (cerca de US$ 228 mil) roubados pelo falecido marido e a pagar 1,95 milhões de pesos (aproximadamente US$ 44 mil) em indenizações.

1- Hadji Mohamed Suharto

suharto

Indonésia, de 1967 a 1998
US$15 bilhões a 35 bilhões

Mohamed Suharto chegou ao poder com o apoio dos Estados Unidos num golpe seguido pelo massacre de 500 mil a 2 milhões de comunistas e democratas indonésios. Suas políticas levaram ao crescimento econômico do país, mas os ganhos foram perdidos em uma crise que levou à sua renúncia, em 1997. Apesar de ter desviado essa quantidade absurda dos cofres públicos, Suharto nunca foi condenado. Em 2000, as autoridades indonésias começaram a investigar a corrupção no seu regime e o colocaram sob prisão domiciliar, mas ele não pôde ser julgado por causa de problemas de saúde – médicos atestaram uma doença cerebral. Ele foi absolvido em 2008 (ano em que faleceu), mas sua fundação de caridade foi condenada a pagar uma indenização de US$ 110 milhões.

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