Astrônomos avistam explosão de ondas de rádio misteriosas em tempo real
O espaço sideral é um lugar bizarro. De vez em quando, acontecem lá umas explosões que ninguém entende muito bem por quê. Elas liberam raios brilhantes, captados como ondas de rádio, e duram um milionésimo de segundo. Por isso, elas são conhecidas como “explosões rápidas de rádio”, ou, na sigla em inglês, FRB (fast radio […]
O espaço sideral é um lugar bizarro. De vez em quando, acontecem lá umas explosões que ninguém entende muito bem por quê. Elas liberam raios brilhantes, captados como ondas de rádio, e duram um milionésimo de segundo. Por isso, elas são conhecidas como “explosões rápidas de rádio”, ou, na sigla em inglês, FRB (fast radio burst). Desde 2007, quando astrônomos observaram o fenômeno pela primeira vez, alguns telescópios já gravaram essas explosões, que puderam ser analisadas aqui na Terra. Mas, em maio do ano passado, uma equipe da Universidade de Swinburne, em Melbourne, na Australia, conseguiu um novo feito: ver a explosão em tempo real usando o telescópio Parkes. Como acontece com várias pesquisas espaciais, os resultados levaram meses pra sair. Mas a espera acabou.
Quer dizer, mais ou menos. O principal mistério continuou: não se sabe com certeza o que causa as explosões. “Nós sabemos que vimos tudo com o telescópio, que as explosões aparecem em galáxias muito distantes e que duram muito pouco tempo, porém ainda não sabemos a distância exata dessas explosões nem o que as provoca”, disse Emily Petroff, astrofísico estudante de PHD na Universidade de Swinburne.
A maior probabilidade é que um colapso de uma estrela de nêutrons com um intenso campo magnético poderia estar por trás disso tudo. Como assim estrela de nêutrons? Quando uma estrela morre, ela gera uma espécie de buraco negro, que pode resultar no que a astronomia chama de estrela de nêutrons, corpos celestres extremamente massivos, minúsculos e com um campo gravitacional muito forte. Isso quer dizer que as explosões bizarras podem ter acontecido por causa da morte de uma estrela, em alguma galáxia muito, muito distante. Meio vago, né?
Mas dá para ter certeza de alguma coisa, então? Dá. Os astrônomos sabem que as ondas formadas pela explosão rápida de rádio são circulares. Isso significa que elas vibram em dois planos, em vez de um. A explosão observada pelos australianos está a mais ou menos 5,5 bilhões de anos-luz de nós, e produziu tanta energia quanto o sol. Com isso, os cientistas esperam responder questões sobre a origem delas. Como? Bom, agora eles já estão apontando o telescópio para onde a explosão aconteceu e, já sabem captá-la em tempo real.
“Criamos a armadilha. Agora é só esperar a explosão cair nela”, completou Petroff.
Via: Newscientist.com