Cientistas encontram nuvens de vapor d’água em estrela a 7 anos-luz da Terra
Uma equipe do Instituto de Ciência Carnegie encontrou nuvens de vapor d’água numa estrela de brilho tímido a 7,3 anos-luz daqui. A descoberta é o primeiro indício de nuvens do tipo fora do Sistema Solar. A WISE 0855-0714 é uma das estrelas mais próximas do Sol. Trata-se de uma anã marrom – um tipo de […]
Uma equipe do Instituto de Ciência Carnegie encontrou nuvens de vapor d’água numa estrela de brilho tímido a 7,3 anos-luz daqui. A descoberta é o primeiro indício de nuvens do tipo fora do Sistema Solar.
A WISE 0855-0714 é uma das estrelas mais próximas do Sol. Trata-se de uma anã marrom – um tipo de estrela cujo brilho tem menos de 1% da intensidade do Sol. É difícil observar estrelas do tipo, porque elas são facilmente ofuscadas por outros objetos mais brilhantes no espaço. Mas não há muitas estrelas brilhantes no caminho da W 0855, o que facilitou a vida dos astrônomos.
A estrela foi descoberta em abril de 2014 por Kevin Luhman, um astrônomo da Universidade Estadual da Pensilvânia. A W 0855 é a anã marrom mais fria conhecida. A temperatura por lá chega a -48°C. Agora, meses depois, uma equipe liderada por Jacqueline Faherty passou três dias observando a W 0855 pelo telescópio Magellan Baade, que fica num observatório no Chile. Com o aparelho, o time registrou 151 imagens da estrela, que é parcialmente coberta por nuvens de enxofre e água congelada.
Água é uma das coisas mais valiosas que podem ser encontradas no espaço. Sem ela, é impossível que exista vida da maneira como conhecemos. Isso não significa que água seja sinônimo de vida, é claro. Também há nuvens de vapor em Marte, e ainda não há provas da existência de vida fora da Terra. Mesmo assim, encontrar nuvens de vapor fora do Sistema Solar, algo inédito até então, é animador.
Quando a Nasa inaugurar o Telescópio Espacial James Webb, um aparelho mais moderno e mais potente que o Magellan Baade, pode ficar mais fácil observar a W 0855 e tirar mais conclusões sobre as tais nuvens de vapor. Mas isso só vai acontecer em 2018.
Você pode conferir alguns detalhes sobre o estudo do Instituto de Ciência Carnegie nesta publicação de astrofísica.
Via IFLScience e Science
Imagem: Universidade Estadual da Pensilvânia/NASA/JPL-Caltech