Estudantes criam versão do “Mapa do Maroto” para monitorar idosos em casa de repouso
“Juro solenemente não fazer nada de bom”. Quem acompanhou a série de livros e filmes da saga “Harry Potter” com certeza se lembra do Mapa do Maroto (e provavelmente já sonhou em “stalkear” alguém usando um desses). Bem, agora o mapa existe na vida real. Três alunos da Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, criaram […]
“Juro solenemente não fazer nada de bom”. Quem acompanhou a série de livros e filmes da saga “Harry Potter” com certeza se lembra do Mapa do Maroto (e provavelmente já sonhou em “stalkear” alguém usando um desses). Bem, agora o mapa existe na vida real.
Três alunos da Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, criaram um algoritmo rastreador que permite acompanhar os movimentos de diferentes pessoas num ambiente e mostrá-los em tempo real no “mapa” (nesse caso, é uma tela de computador, mas é quase lá, vai).
Em entrevista à SUPER, os estudantes Shoou-I , Yi Yang e Alexander Hauptmann contaram que são fãs da saga Harry Potter, mas que, na verdade, usaram o “Mapa do Maroto” como uma metáfora divertida para seu trabalho, e não como inspiração inicial.
A ideia, na realidade, veio de um desafio: o de criar um mecanismo de rastreamento para acompanhar os residentes de uma casa de repouso. É fácil entender o porquê. Em um local desse tipo, é essencial observar os pacientes idosos continuamente, para identificar rapidamente mudanças nos padrões de cada um e detectar estados de saúde com antecedência.
Parece uma tarefa fácil, mas não é. Tanto é que esta é a primeira vez que um algoritmo dá a possibilidade de rastrear múltiplas pessoas em um ambiente real, cheio de obstáculos, durante um longo período de tempo. Para fazer o projeto dar certo, foi preciso, por exemplo, criar novos modelos matemáticos que se adequassem às necessidades dos alunos. “Eles foram as principais inovações técnicas que criamos para poder combinar as informações recolhidas pelas diversas câmeras (como detecção de pessoas e trajetórias móveis)”, disse Hauptmann em entrevista à SUPER.
O foco do trabalho foi a observação de pessoas idosas em casa ou asilos, mas outras aplicações também podem surgir em ambientes públicos que requerem vigilância e têm grandes sistemas de segurança, como aeroportos. Mas pode ir além disso também.
Como esse novo algoritmo criado pelos americanos poderia afetar a privacidade das pessoas? “Sempre vai existir um questionamento do quanto de privacidade vamos abrir mão e o quanto ganhamos em troca. Independente se o retorno são melhores informações para diagnóstico de saúde ou uma melhor segurança em áreas públicas”, diz.
Por isso, eles dizem estar investigando métodos para continuar usando as câmeras no sistema e, ao mesmo tempo, preservar a privacidade. “Podemos registrar apenas os perfis das pessoas e informações de distância (como faz o Kinect). Dessa forma, nós poderíamos automaticamente rastrear e observar as ações de alguém sem necessariamente saber quem ele é”, explica o estudante.
Veja mais detalhes sobre o projeto publicado pelos estudantes neste link.