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Um homem teve seus genes editados para tratar câncer de pulmão

Cientistas dizem que funcionou, mas ninguém sabe ainda dos efeitos colaterais Pacientes desesperados exigem medidas desesperadas. Um homem com câncer do pulmão em metástase – que tem uma chance em 25 de sobreviver – foi voluntário para um tratamento altamente experimental: a terapia genética. O experimento, feito pelo oncologista Lu You, da Univesidade Sichuan, consistiu […]

Por Fabio Marton
Atualizado em 4 set 2024, 11h14 - Publicado em 18 nov 2016, 21h51

Cientistas dizem que funcionou, mas ninguém sabe ainda dos efeitos colaterais

iStock | shulz
iStock | shulz

Pacientes desesperados exigem medidas desesperadas. Um homem com câncer do pulmão em metástase – que tem uma chance em 25 de sobreviver – foi voluntário para um tratamento altamente experimental: a terapia genética. O experimento, feito pelo oncologista Lu You, da Univesidade Sichuan, consistiu em cortar partes de seu DNA através da técnica CRISPR/Cas9, que usa a enzima Cas9 para remover um pedaço indesejado do código genético.

Os cientistas tiraram de seu sangue células brancas – ou linfócitos, as armas do sistema imunológico. Então cortaram o gene que codifica a proteína PD-1. Essa atua em linfócitos do tipo TC, especialistas em destruir as próprias células do corpo, que lutam contra tumores e células infectadas. A PD-1 inibe a ordem de destruir, como uma forma de evitar que os linfócitos ataquem células saudáveis. Mas o câncer se aproveita disso para se multiplicar, ativando essa proteína e escapando do ataque. A ideia é que, sem a proteína PD-1, os linfócitos destruam o câncer.

Após terem o gene cortado, as células brancas foram multiplicadas em laboratório e reinjetadas no paciente. Até agora, deu tudo certo: o paciente melhorou, ainda está vivo e deve tomar sua segunda injeção. Os cientistas não deram muitos detalhes para “proteger sua privacidade”. Mas afirmam que dez outros pacientes devem entrar no experimento, que irá acompanhá-los por seis meses para medir efeitos colaterais.

Estes efeitos, aliás, podem ser tétricos. Ano passado, outro experimento chinês tentou reescrever o código genético de embriões humanos para remover uma doença hereditária. Deu tudo errado. Torçamos por esses ousados editores de genes e pelos pacientes “editados”.

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