Um príncipe encantando, um final feliz, o famoso “felizes para sempre”… Esse é o sonho de muitos. Um sonho que muitas vezes nos é vendido descaradamente em romances, filmes ou, até mesmo, um simples reality show.
Garotas perfeitas, homens que mostram o verdadeiro significado de “ser um cavalheiro”, tudo isso acontecendo de uma forma tão mágica. Mas será que essa magia é real? Ou será que, quando as cortinas se fecham, tudo isso se mostra uma fantasia?
UnReal é um seriado de ficção que mistura drama e humor negro e traz a resposta para essas e outras questões que cercam o mundo dos reality shows. Ela cumpre o seu objetivo de dissecar no telespectador, a sangue frio e sem direito a anestesia, a ilusão em relação a esse mundo de fantasia.
A primeira temporada teve 10 episódios e foi exibida entre junho e agosto de 2015 pelo canal gringo Lifetime, que também exibe a série no Brasil desde março deste ano. A segunda temporada estreia hoje (6 de junho) nos EUA e deve ter 10 episódios também. Eis 5 motivos pelos quais você PRECISA assisti-la!
1) Conhecer os bastidores de um reality
O seriado mostra os bastidores do programa fictício Everlasting (uma espécie de The Bachelor). Por meio das câmeras que ficam ligadas 24 horas por dia, nós ficamos sabendo da podridão que cerca os bastidores de Hollywood: traição, mentiras, manipulação, sexo, drogas (sem rock and roll), cobiça, luxúria… Um espetáculo que deixaria Paola Bracho se sentindo a Maria do Bairro.
Everlasting, o reality show dentro do seriado, é um programa em que um conjunto de garotas deve viver dentro de uma mansão junto a um pretendente, a fim de que apenas uma seja escolhida para ser a noiva do jovem. Entretanto, apesar de parecer meloso, o charme e o romance com certeza passam bem longe do que a série pretende.
2) Exposição dos preconceitos da indústria
Já no primeiro episódio, vemos uma linda cena na qual vemos um jovem charmoso presencia a chegada de uma de suas pretendentes: uma moça negra que desce de uma carruagem tocando um violino. Contudo, logo acordamos do conto de fadas ao ouvirmos os gritos de Quinn King (Constance Zimmer), ordenando que parem a gravação porque, segundo ela, a primeira mulher a aparecer no programa deve ser uma “esposinha” e, infelizmente, como a América é racista, uma mulher negra não é o que a população dos EUA entende por isso.
3) Personagens realistas e imorais
Os personagens incluem a protagonista Rachel (Shiri Appleby), uma produtora de elenco que leva o adjetivo de “manipuladora” a outro nível e que tem um surto na primeira temporada, Quinn (Constance Zimmer), a verdadeira criadora do programa e que tem um caso com o showrunner Chet (Craig Bierko), e Adam (Freddie Stroma), um playboy britânico envolvido em alguns escândalos que mancharam sua reputação. A princípio relutante em relação a participar do show, o rapaz acaba sendo persuadido por Rachel.
A série ainda conta com diversos personagens que conseguem retratar os devaneios morais do showbiz e também tocar em pontos importantes como homossexualidade, racismo e até mesmo a forma com a qual a sociedade ainda se mantém ao lado do homem nos mais diversos casos de agressão (seja ela física, emocional ou mental).
4) Entender um pouco sobre a manipulação da mídia
Que os programas televisivos são manipulados, nós já sabemos. Mas UnReal mostra e disseca a manipulação da indústria do entretenimento. Na série, só há uma certeza: nada é o que te dizem.
Seja nos momentos mais corriqueiros ou nas gravações, todos os personagens estão dispostos a manipular emocionalmente uns aos outros para chegarem aonde querem.
A manipulação não se prende apenas à forma com que as cenas mostradas aos telespectadores são totalmente diferentes do que realmente acontece. Elas também se estendem às relações pessoais entre os personagens.
5) Dúvidas
Ok, quem gosta de dúvidas? Provavelmente ninguém. Se existe uma coisa que nós queremos na vida é ter certeza do que vai acontecer.
Mas, no mundo das séries, a coisa é um pouco diferente. Assim como em How To Get Away With Murder, a sensação de “continua nos próximos episódios” é um fator que não sai de cena em UnReal. Aquela sensação de dúvida que todo fã ama odiar, ou odeia amar.
É igual à morte de Jon Snow: a gente sabia que ele ia voltar, só que a sensação de não ter certeza foi aquela cereja no topo do bolo da volta do João Sabe Nada.
UnReal brinca com a expectativa do telespectador e, por mais que seja chato, a gente adora. Portanto, não importa se você é um aficionado por reality ou aquela pessoa que não consegue ouvir o nome Kardashian sem sentir um enjoo. Essa série tem muitas camadas e irá prender sua atenção por muito tempo.