O livro Eu, Christiane F., 13 anos, Drogada, Prostituída… (Ed. Bertrand Brasil, 320 pgs, R$ 40), publicado originalmente em 1978, se tornou um clássico da literatura junkie. A obra nasceu a partir da gravação de depoimentos da própria Christiane, então com 15 anos, sobre sua infância e adolescência na Alemanha. Os responsáveis por transformar os relatos em livro foram os jornalistas Kai Hermann e Horst Rieck.
Vera Christiane Felscherinow tinha apenas 12 anos quando começou a usar haxixe, LSD e comprimidos como uma válvula de escape para os problemas que sofria dentro da própria casa. Aos 13 anos, passou para a heroína e logo começou a se prostituir para sustentar seu vício.
A jovem sempre achava que tinha controle da situação, mas o que acontecia, na verdade, era o contrário. No decorrer do livro, conhecemos o namorado de Christiane, Detlef, que também é viciado. Juntos, eles veem seus amigos morrerem um a um, vítimas das drogas e da prostituição. Em 1981, o livro ganhou um filme homônimo dirigido por Ulrich Edel e com trilha sonora de David Bowie.
A forma com que Christiane F. se descreve é chocante. Ela conta desde a sua infância até o momento em que conhece o álcool e as drogas, além da prostituição a que se submetia para sustentar os próprios vícios. Toda vez que reúne forças para enfrentar uma clinica de reabilitação e tentar sair do submundo das drogas, acaba não resistindo. Ela sabe que as drogas são prejudiciais e que um dia pode morrer por overdose.
O livro é um pouco repetitivo, pois sempre gira em torno das picadas de Christiane e da prostituição. Mas a leitura é angustiante e leva o leitor a conhecer um mundo que é desconhecido. Por ser uma história real e cheia de pontos em comum com a nossa realidade, o relato assusta o leitor de uma forma diferente.
No final do livro, ainda há uma série de fotos antigas que mostram Christiane e seus amigos durante o consumo de drogas e prostituição.
A obra é super-recomendada para os pais, para as pessoas que enfrentam problemas com drogas e para qualquer jovem que já sentiu vontade de provar substâncias ilícitas.