Não é segredo que sou totalmente apaixonada por livros com capas minimalistas. O Herdeiro Guerreiro, (Ed. Farol, 614 pgs., R$ 64,90) primeiro volume de A Saga dos Herdeiros, de Cinda Williams Chima, não é diferente, estampando o punho e parte do aço de uma espada. Se você é apaixonado por temas medievais, tenho certeza de que terá a curiosidade despertada.
O Herdeiro Guerreiro gira em torno de Jack Swift, um adolescente de 16 anos aparentemente normal (é assim que até o próprio pensa) que tem de tomar seu remédio todos os dias e possui uma cicatriz no coração. Certo dia, ele esquece sua medicação e, então, se torna mais forte, impetuoso e confiante do que jamais foi. Tão forte que, por um triz, não causa a morte de um colega de treino da equipe de futebol.
Jack não tarda a descobrir que é um Weirlind (é assim que são denominadas pessoas mágicas que convivem com os Anaweirs, ou seja, aqueles sem poderes), como sua avó, Susannah Hale Downey, havia sido antes dele. Susannah possuía uma espada lendária e poderosa que agora pertence a Jack. Então ele e a tia Linda Downey partem em uma jornada para recuperá-la.
Quando retorna à sua cidade, Jack descobre em seu registro de Weir que não seria um guerreiro se não tivessem implantado atrás de seu coração a pedra que o tornou um. Nascido como mago, passou pela cirurgia quando bebê, um costume muito comum aos Weir. Ele descobre a existência de duas casas no topo dos Weirlind: a Rosa Branca e a Rosa Vermelha, inimigas naturais que disputam o poder. A casa que vencer a disputa – um torneio onde cada uma apadrinha um guerreiro que lutará com o outro até a morte – passará a governar os Weirs.
Para seu azar, Jack é um guerreiro… O último deles. Ambas as casas tentam recrutá-lo, e o garoto descobre que a pedra só foi implantada atrás de seu coração porque Jessamine Longbranch, chefe da Rosa Branca, queria recrutá-lo quando fosse mais velho para lutar por sua casa. Jack recusa os convites tanto da Rosa Branca quanto da Rosa Vermelha, que passam a ter duas opções: ou tê-lo à força ou matá-lo antes que a casa adversária o apanhasse. Para proteger sua família, amigos anaweirs e a si mesmo, Jack passa a treinar luta e magia com dois magos.
Apesar de a leitura não ser tão fácil – há certos momentos entediantes e algumas descrições desnecessárias –, as cenas de ação fluem bastante bem e a autora consegue passar de forma arrepiante cada meneio de espada e cada raspar de aço contra aço.
O livro vale muito a pena pela construção da trama, pelos personagens e pelos livros subsequentes (cada um abordando um tipo de herdeiro diferente).