Conheci este livro pelo trailer do filme e logo fui procurá-lo nas livrarias. Escrito por Gayle Forman, Se eu ficar (Ed. Novo Conceito, 216 pgs., R$ 29,90) é surpreendente. É um romance, mas não daqueles previsíveis, que todo mundo espera que o foco esteja apenas no casal protagonista. E é essa narrativa que torna o livro tão interessante.
Mia é uma garota de 17 anos, apaixonada por música clássica e muito apegada à sua família. Seus pais são músicos e, como sonha todo adolescente, são modernos e descolados. Assim como o namorado de Mia, Adam, eles curtem Punk e Rock – o que a faz se sentir um pouco deslocada. A personagem tem uma forte ligação com o seu irmão mais novo, Teddy, que é a razão de sua vida.
Mas, como nem tudo pode ser perfeito para sempre, o dia a dia da família feliz é interrompido por um grave acidente, que deixa Mia em coma. Tudo fica confuso: em um momento ela estava no carro com os pais e o irmão e, do nada, está parada na estrada, vendo o os corpos de seus pais (e o dela!) estirados no chão.
Durante os capítulos seguintes, ela se vê vagando pelo hospital onde está internada. Além de acompanhar os procedimentos dos paramédicos para tentar salvá-la, Mia também vê a angústia de seus amigos, parentes e de Adam, que sofre com a situação.
Sem poder falar e muito menos interferir no que está acontecendo à sua volta, Mia se dá conta que precisa fazer uma escolha após ouvir uma enfermeira dizer: “Você acha que cabe aos médicos, aos medicamentos e as máquinas, mas se você ou se vai, a decisão é sua”.
A revelação faz com que ela repense a vida para decidir o que seria melhor: morrer com sua família e sem dor ou viver e enfrentar a nova realidade, com reabilitações e a perda de pessoas tão queridas.
Se eu ficar é um livro inteligente, brilhante e tocante, que nos faz sentir como parte da história. É quase impossível não sentir o medo e a confusão que a personagem sente logo após o acidente. Além disso, o livro nos faz refletir a todo momento sobre a importância da família e da amizade, além de levantar uma questão interessante: o que faríamos se estivéssemos no lugar de Mia?