“Acordo. Imediatamente, preciso descobrir quem sou. Não se trata apenas do corpo (…). Todo dia sou uma pessoa diferente. Eu sou eu, sei que sou, mas também sou outra pessoa. Sempre foi assim.”
Essa é a vida de A, protagonista de Todo Dia (R$ 30, 280 pgs., Ed. Galera Record), décimo-primeiro livro do escritor David Levithan, famoso por suas obras para jovens adultos. Cada dia, A acorda no corpo de um adolescente norte-americano de 16 anos, a mesma idade que ele tem. A não sabe quem vai ser no dia seguinte e tenta, acessando a memória das pessoas, deixar a vida delas o mais normal possível.
Um dia, ocupando a vida do garoto Justin, A conhece sua namorada Rihannon, com quem Justin costumava ser extremamente estúpido. Encantado com a garota, A decide mudar suas próprias regras e ser doce e gentil com a menina, de uma forma como seu namorado nunca fora.
No outro dia, já em outro lar, A não consegue esquecê-la e sente que se apaixonou. Decide ir atrás dela de diferentes formas, sendo diferentes pessoas, mas sem contar nada sobre seu segredo.
Quando ele finalmente decide dizer a verdade, tem de lidar com outro menino cujo corpo habitou e que está dando entrevistas dizendo que foi possuído pelo demônio e perseguindo-o.
De enredo criativo e com o jeito David Levithan de escrever, essa obra não deve ser lida em uma época em que você esteja sem tempo, pois é praticamente impossível parar a leitura.
No livro, além da história, é explorada também a realidade dos jovens, tantas vezes confusa e cheia de responsabilidades, mas também rodeada por sentimentos e a procura de um lugar para se encaixar.